-Bom dia. –V
disse assim que ele abriu os olhos.
-Bom dia.
Dormiu bem?
-Impossível
dormir mal com você. –Disse e o beijou.
-Que bom,
senhorita, mas quero que saiba que isso não vai te impedir de fazer o
café-da-manhã. –Z disse sorrindo. –Ovos com bacon, por favor.
-Não
podemos trocar hoje? Não me sinto bem.
-O que
foi? –Ele se sentou preocupado.
-Não sei.
Minhas costas estão me matando e eu me sinto enfadada. Não quero sair da cama
hoje. –Fez biquinho.
-Você
está quente. –Z disse pegando no pescoço dela. –Vou preparar um banho
gelado pra você.
-Não
precisa, só fica aqui comigo. –O abraçou.
-Mas
amor...
-Só
preciso de carinho. –Ele concordou e a aninhou nos braços.
-Não quer
ir no médico?
-Ah meu
Deus, o médico! –V disse se desprendendo dele.
-O que
aconteceu?
-Eu sabia
que estava esquecendo de alguma coisa. Ontem eu tinha consulta marcada. Droga!
-Agenda
pra depois.
-Esse era
o meu "depois". Eu já esqueci duas vezes.
-Quer ir
hoje e tentar uma consulta de emergência?
-Eles não
atendem sem aviso prévio.
-Mas você
está se sentindo mal.
-É só um
mal estar rotineiro. Vou vê se marco pra semana que vem. –V disse mexendo
no celular. –Fiz um lembrete. Não é possível que eu me esqueça agora.
-Eu vou
te lembrar também, mas agora volte pra cama. Vou cuidar de você.
-Vai, é?
-Não
nesse sentido, sua imoral.
-Eu amo
você. –Ela disse antes de pular em cima dele.
-Eu
também te amo. Quer comer o que no café da manhã?
-Você. –Sorriu
maliciosa.
-Vanessa!
-Você que
sabe, meu amor. –Completou com falsa inocência.
-Sua
palhaça. –Disse se levantando e ela gargalhou. –Fique deitada, eu já
volto.
-Vou me
acostumar, hein?
-Olha que
eu sei cobrar, viu?
-Estou
ansiosa pela cobrança.
-Vanessa
Anne, pare agora.
-Só estou
falando.
-Pois não
fale. –Ela fingiu passar um zíper na boca e se cobriu. –Eu volto em
cinco minutos.
Zac se
dirigiu a cozinha e abriu a geladeira a procura de alguma coisa pra fazer. Provavelmente
iria levar mais do que cinco minutos e Vanessa sabia disso.
Ela se
virou devagar e encontrou o celular dele na cabeceira da cama. Será que ele se
incomodaria se ela futricasse? Quem não deve, não teme, certo?
Pegou no
aparelho e lembrou-se logo das palavras da Ashley no caminho de volta: não faça nada que não gostaria que
ele fizesse com você. Ela não gostaria que ele mexesse no celular dela; não
por ter algo de errado, mas existiam fotos ali que ela não queria que ele
visse. Fotos do marido e com o marido. Mas ele sabia que ela ainda amava o
marido, certo? Mas se ela encontrasse fotos das ex namoradas dele... Não,
melhor não. Quando eles tivessem um compromisso real ela faria isso. Eles
eram apenas amantes.
A palavra
lhe dava repulsa e ela não conseguiu evitar o refluxo. Correu pro banheiro do
quarto e se debruçou sobre o vaso sanitário. Vomitou apenas líquido já que não
tinha jantado antes de dormir.
Depois de
escovar os dentes e dar a descarga V voltou para o quarto e se deitou na cama
de olhos fechados.
Ouviu
barulhos vindo de trás da porta e pensou em chamá-lo, mas não conseguiu abrir
os olhos. Sentia-se tonta e estava com frio, muito frio.
O
telefone residencial tocou e logo batidinhas foram ouvidas.
-Entra. –Ela
disse já sabendo quem deveria estar ligando.
-Chace
quer falar com você. –Z disse normalmente, mas ela sabia que ele estava se
remoendo.
-Não
estou com paciência hoje.
-Parece
que envolve a avó dele. –Ele disse relutante. Sabia que isso ia fazê-la
mudar de ideia. Vanessa estendeu a mão ainda sem abrir os olhos. –Você
está bem?
-Refluxo. –Ela
sussurrou.
-Vou
preparar um banho pra você. –Ele avisou entregando o aparelho nas mãos
dela e indo em direção ao banheiro.
-O que
foi? –Ela perguntou com o telefone na orelha.
-Ela quer
falar com você. –Chace disse.
-Você não
acha que seria demais?
-Ela
queria que você fosse vê-la e eu consegui fazê-la mudar de ideia.
-Porquê
ela quer falar comigo, afinal?
-Candice
deu com a língua nos dentes e ela sabe que estamos enfrentando uma crise. Todos
sabem.
-Não
estamos enfrentando crise nenhuma.
-O fato
é: ela está preocupada com você. –Ele a ignorou. –Você sabe, sou a
ovelha negra da família e ela acha que eu fiz algo de errado.
-E por
acaso você não fez?
-Amor,
por favor. Eu só quero que você ligue pra ela e a acalme. Ela não pode se
preocupar.
-Me passe
o número dela por... Ai, por mensagem. –Ela falou pausadamente. Uma dor
aguda tomou de conta do ventre dela.
-Algum
problema?
-Cólica. –Ela
resmungou.
-Deveriam
vir na semana que vem.
-Minha menstruação que vem na próxima
semana. –Corrigiu respirando fundo. –São só dores.
-Tome
algum remédio, não pode sentir dores.
-Eu vou
tomar.
-Está
tudo bem mesmo?
-Acordei
com o pé esquerdo, só isso. Me manda o número da casa por mensagem e avisa que
ainda hoje eu entro em contato.
-Tudo
bem, mas por favor, não diga nada sobre nós. Só fale que estamos afastados, mas
que já estamos nos programando para resolver isso.
-Vou
tentar. Sua avó é muito persuasiva, você sabe.
-É de
família. –Sorriu. –Come alguma coisa e descansa, mas não esquece do
remédio, viu?
-Não vai
me perguntar o porque do Zac ter atendido o telefone? –V questionou
curiosa.
-Seus
amigos estão se reservando pra cuidar de você, então, não.
-Você
está estranho.
-Vai
dizer que prefere meus ataques de ciúmes?
-Não,
lógico que não. Preciso desligar, as dores estão aumentando.
-Tudo
bem. Daqui alguns minutos eu te mando o número, Tik He?
-Tik. Te
amo. –Vanessa confessou antes que desse conta.
-Eu
também te amo. –Ela desligou nervosa. Ela tinha tomado a iniciativa?
Porquê? Só podiam ser as dores. Só com muita sorte que Zac não escutaria, sorte
essa, que ela não tinha. A porta estava aberta e ele logo surgiu.
-A
banheira está pronta. –Ele disse calmo. –Vou preparar o
café. –Ele ouviu, com certeza. Estava calmo demais e isso só acontecia
quando estava zangado.
-Amor,
desculpa. Não sei o que deu em mim.
-Você não
precisa me dar explicações. Somos amantes, apenas isso.
-Zac, por
favor. Juro que não me entendo.
-Você o
ama, é óbvio.
-Mas eu
te amo também. Acho que mais, na verdade. É que ele está diferente.
-E você
está reconsiderando?
-Não,
claro que não. Eu sei que ele está assim por que tem medo que eu o abandone.
-E você
não vai?
-Vou, mas
não por telefone. Não posso fazer isso com ele, nem com ninguém. É desumano.
-Tudo
bem, Vanessa. Não vamos brigar, você não está em condições. Acordou com o pé
esquerdo, não é mesmo? –Ironizou. Droga! Ele tinha ouvido a conversa toda.
-Você
queria que eu falasse o que? Ah,
Chace, estou mais do que bem. Passei uma noite maravilhosa com o Zac, mas me
passa aí o número da casa da sua avó. Eu não podia fazer isso!
-Noite
maravilhosa? –Arqueou a sobrancelha.
-Não mude
de assunto. –Ela disse vermelha. –Estou zangada com você. Fala como
se tudo isso fosse fácil pra mim.
-Eu sei
que não é, mas me entenda. Eu estou de boa vontade preparando um banho pra você
e te escuto falando que ama o homem que tirou sua virgindade depois da nossa
noite maravilhosa?
-Então o
problema não é ele ser meu marido e sim ter me feito mulher?
-Sim,
lógico. Eu queria ter sido o único homem da sua vida.
-E seria
se não tivesse me largado.
-Isso de
novo não.
-Porquê
você não me diz a verdade? Já estamos juntos e...
-Como
amantes.
-Mas
estamos! Me diga, eu tenho o direito de saber.
-Quando
estivermos oficialmente juntos, quem sabe?!
-O que te
impede de me contar agora? Foi um motivo tão idiota que tem vergonha de me
dizer?
-Vou
preparar o seu café. –Ele disse tirando o telefone das mãos dela e saindo
do quarto.
Vanessa
bufou. Ele ia contar querendo ou não. Sentiu a cabeça pesar e se deitou
novamente. Ele estava certo, ela não tinha condições de brigar no momento. Um
dia ele falaria.
[...]
-O que
você está aprontado? –Z perguntou saindo do banho.
-Fiquei
entediada e você não saía do banho, então resolvi mexer na minha mala e
encontrei isso. –Mostrou alguns álbuns. –Trouxe da casa dos meus
pais.
-Fotos
suas?
-As que
minha mãe deixou trazer. –Sorriu.
-Deixou?
-É, mais
ou menos. –Riu. –Você sabe como ela é apegada com essas coisas.
-Eu
sei. –Z acompanhou o sorriso dela. –E então, o que encontrou de tão
interessante?
-Algumas
fotos das minhas apresentações na escola, fotos com a família e fotos minhas
com você.
-Comigo?
-Sim. Eu
comprei alguns álbuns novos quando iniciei o curso e fiz tipo uma linha do
tempo, sabe? Separei umas fotos desde o meu nascimento e da minha infância e
preenchi com as fotos que eu tirei da gente também.
-Posso
ver?
-Claro. É
esse roxo.
-Você
gosta de roxo, hein?
-Porquê
diz isso?
-Seu
diário.
-Ah, eu
lembro.
-Não o
encontrou por lá? –Ela sorriu sem graça. –O que foi?
-Eu nunca
me separei do meu diário. –Confessou corando. –Fui pra Nova York com
ele, pra China, Índia... Bem, você entendeu.
-Uma
mulher casada portando um diário? Essa é nova.
-Eu
precisava desabafar com alguém e como não tinha... É ridículo, eu sei, mas por
favor, não ria.
-Não acho
ridículo, só fofo. Você é tão meiga.
-Infantil.
-Meiga. –A
beijou. –E você escrevia escondido? Com que frequência?
-Você
está me deixando sem jeito.
-Estou
curioso. –Ele a abraçou e se deitaram na cama. –Quero saber mais
daquela época.
-Minha
mãe te contou que eu era muito tímida e por isso não tinha muitos amigos,
certo?
-Sim. E
as que você tinha também não serviam muito.
-Éramos
de mundos iguais até a adolescência. Eu tive minhas ficadas, você sabe, mas não
era algo extraordinário e elas sim tinham assunto pra falar de homem e beijos e
sei lá mais o que. Eu me sentia uma criança com minhas paqueras bobas e era
meio constrangedor falar sobre isso com minha mãe, então, ela me deu um diário.
"Eu
escrevia só coisas ruins, você sabe, o bom eu guardo pra mim. Só que no final
daquele diário eu resolvi mudar e escrever coisas boas e só isso. Então, mais
um diário acabou e decidi fazer como pessoas normais e escrever sobre
tudo. –Riu.
"Foi
quando eu decidi comprar o diário roxo. Ele era o mais bonito da loja com
aquelas plumas e a caneta com um coração na ponta. Me custou vinte pratas, mas
eu queria muito e até valeu a pena, já que durou quase dois anos.
"Eu
comecei a escrever nele quando "terminei" com o Derick e
iniciei o curso de fotografia.
-Porquê
terminou entre aspas? –Z questionou. Já havia ouvido falar nesse tal de
Derick através de Stella.
-Não
tínhamos nada concreto, só uns beijos trocados. Enfim, eu passava mais tempo
com você do que escrevendo, então sobrou muitas páginas.
-E as
tais músicas que a Miley falou?
-Não eram
músicas, eram poemas. Eu sou bem romântica, ok?
-Eu sei.
Você me mostrou um trecho de um depois de eu me humilhar. –Riu.
-Eu tinha
vergonha. Eram poemas bobos de uma adolescente apaixonada. As meninas só sabem
por que fuxicaram aonde não deviam e encontraram.
-Então
está por aqui?
-Nem
pense nisso, é pessoal.
-Você me
disse uma vez que tinha algo pra mim de aniversário.
-Talvez
eu te mostre um dia. –Falou se sentando na cama. –Eu escrevi nele até
não ter mais espaço nem na contra-capa. –Sorriu. –Ele durou muito
comigo, por isso, não desapego.
-E os
outros dois?
-Na casa
da minha mãe. Eu nem ligo muito pra eles, mas o meu roxinho é só meu.
-Tem
sobre o seu casamento?
-Até
demais. Como eu disse, eu ficava sozinha e precisava desabafar. Escrevi sobre
os abortos, minhas vontades de largar tudo e fugir, coisas assim.
-Então o
diário começa comigo e termina com ele?
-Começa
com o Derick. –Corrigiu, mas dessa vez ele não sorriu. –Você que
puxou o assunto.
-Eu sei,
não estou com raiva.
-Então o
que é?
-Queria
lê-lo.
-Para
que?
-Saber o
estrago que fiz em você.
-Eu não
me sentiria bem com isso. Escrevi sobre você por muito tempo, sempre me
questionando o porquê do rompimento e o que você estaria fazendo.
-E o que
isso tem de errado?
-Ele é
bem confuso. São páginas falando de Chace e em seguida vem você. Eu não quero
passar por isso novamente.
-Mas...
-Não
insista. –Ela disse pegando nos álbuns novamente. –Você não queria
vê-los? –V perguntou tentando mudar de assunto, mas logo sentiu os braços
dele ao redor de si. –O quê foi?
-Eu quero
fazer amor com você. –A beijou e ela se entregou. Precisava disso,
precisava se sentir amada.
Zac a
puxou para si e ela se deixou ir. Ele sabia que era errado; ela era casada e
amava o outro, mas não se importava com isso no momento.
Vanessa
estava frágil e receosa, era notório; só existia uma maneira de mostra-lhe o
quanto a amava e que podia confiar nele: Fazendo amor.
Nas raras
oportunidades que eles tinham se deixado levar pelo momento, ele sentia o quão
ferida ela estava. Se fazia de forte e durona, mas quando estavam só os dois
juntos, ele conseguia notar as marcas que estavam na alma dela. Ela ainda
sentia a dor do abandono de anos atrás mesmo amando o outro, como também se
sentia abandonada pelo marido.
Ashley
tinha razão: ela estava com medo de que Zac a abandonasse e que Chace não a
quisesse mais. V estava com medo de ficar sozinha.
#Flashback#
-Ela
precisa de cuidados, não de repreensões. –Ashley disse balançando o dedo.
-Ela quer
os dois e eu não nasci pra ser amante. Eu nem deveria estar nessa
agora. –Ele bufou.
-Não
interessa, você já fez e não pode voltar atrás.
-Nada de
relações até o divórcio.
-Ela não
sente necessidade, acredite. Pelo menos não fisicamente.
-Então
porquê o assédio?
-A
Vanessa está traumatizada. Você jurou amor eterno e a dispensou; Chace jurou
amor eterno e a abandonou. Você acha que é fácil levar dois golpes desse tipo?
-Ela é
nova, pode muito bem superar.
-Não
venha com desculpas da sua avó. Ela pode ser nova, mas é um ser humano com
sentimentos. Ela te amava cegamente e você a deixou. Ok, vamos superar. Casou com o Chace e depois de se
entregar à ele de corpo e alma, ficou perdidamente apaixonada e chegou a pensar
que ele sim era o homem da vida dela. Vida
não-tão-perfeita e bam: ele a
deixou. O que você faria no lugar dela?
-Eu
entendo o seu ponto de vista, mas isso não é motivos para ela manter dois
homens. Só porque tem medo de ficar sozinha? Quem tudo quer, nada tem.
-E o que
é que ela tem, Zac? A Vanessa não tem nada além de dúvidas. Quem garante que
você não vai deixá-la novamente depois? E quem garante que o Chace não vai
pedir o divórcio?
-É um
risco que todos corremos, a vida não dá garantia de nada. Ela só precisa
confiar nas minhas palavras.
-Palavras
fizeram isso com ela. Se ela está ferida e assustada foi porque palavras não coincidiram
com as ações. Você precisa ter paciência, e não a pressionar. Ela mesmo já faz
isso sozinha; está a ponto de explodir, coitada.
-E o que
você quer que eu faça?
-Prove o
seu amor por ela. Não com palavras, mas com gestos. Ela só considera o sexo
como demonstração de amor por que você parecia tão apaixonado e do nada a
largou, e o Chace que é fechado no dia-a-dia, se entregava na cama. Não estou
dizendo pra você fazer o mesmo, mas tente conquistá-la novamente. Leve
café-da-manhã na cama, compre flores, coisas assim. Ela precisa disso.
#Fim
do Flashback#
Ashley
tinha razão. Ela estava tão debilitada emocionalmente a ponto de afetar o
físico. Ela precisava se sentir amada e logo. Chace voltaria e ela tomaria sua
decisão e seja qual fosse, ele respeitaria, mas também lutaria pelo seu amor.
Deitou Vanessa na cama e lentamente se livrou do moletom dela e do seu próprio.
-Você
parece assustada. –Z sussurrou confuso. –Não quer?
-Eu
quero, mas... Esquece. Só me ame. –V pediu depois de suspirar. Quem em sã
consciência questionaria uma hora dessas? Mas ele era o Zac! O santo e casto Zac. –Não está se
despedindo, está?
-Não, só
quero mostrar o que eu sinto por você. –Ela ficou calada tentando
assimilar a informação, mas logo desistiu.
Ele se
curvou para lhe beijar e sentiu a redenção dela. Estava tão entregue, tão
frágil...
Fizeram
amor lentamente. Ela tentou acelerar algumas vezes, mas ele impediu. Queria
fazer tudo com calma, sentindo-a totalmente entregue a si sem pressa alguma.
Vanessa
não se lembrava de ter feito amor assim alguma vez –não que ela tivesse se
deitado com mais alguém além de Chace e Zac. O fato era que com o marido era
tudo mais carnal, mais desejoso e desesperado. Como era possível ela amar duas
pessoas tão diferentes?
Ashley
tinha razão: eles não tinham muito em comum além do amor que sentiam por ela.
Ela tentava de alguma forma achar semelhanças para não se sentir tão culpada,
mas eles eram como fogo e gelo.
Chace era
explosivo, decidido, viva o momento como se não houvesse amanhã e tentava
superar a si mesmo sempre, não importava se era em algum negócio ou no sexo. E
ele sempre conseguia o que queria, era óbvio.
Zac era
mais calmo, calculista e procurava fazer tudo de maneira pacífica. Mesmo
zangado ele se mantia firme e com voz mansa. Ela nunca tinha visto ele gritar
ou agindo fora do seu controle. Era tão controlado que irritava as vezes.
Além dos
cabelos claros e olhos azuis, eles eram pessoas amáveis –pelo menos
com ela, responsáveis, leais e confiantes. Nunca se sentiu desprotegida com
nenhum dos dois, muito pelo contrário. As vezes se sentia mais segura com Zac
na rua do que no carro com os pais, e o mesmo era com o esposo: preferia mil
vezes o aconchego dos braços dele do que andar rodeada de seguranças.
Comparações...
comparações inúteis. Isso não mudaria nada. Os dois haviam deixado ela de lado,
por dinheiro ou por um motivo ainda desconhecido da parte de Zac. Será que
seria sempre assim? Um largando e o outro pegando? E se surgisse um terceiro
para participar do malabarismo com o coração dela? Ela seria capaz de se
apaixonar por mais um?
Nunca
achou que amaria alguém a ponto de querer casar até Zac aparecer. Depois de ter
o coração destruído ela pensou que não seria capaz de amar outro homem, mas
novamente o destino lhe pregou uma peça e veio Chace.
Mas o que
ela estava pensando afinal? Como que se casaria com alguém e não se deixaria
levar por ele? Chace era bonito, educado e uma ótima companhia. Porque raios
ela aceitou se casar com ele se não queria compromisso? Nem ela sabia. Eles mal
se conheciam. Com certeza essa foi a coisa mais irresponsável que ela fez na
vida. Isso e se permitir engravidar...
Filhos!
Ela queria ter? Com Chace sim, mas e com Zac? Sabia que ele desejava isso desde
muito novo. Porquê parecia errado querer dar filhos ao homem que não tinha uma
célula paternal no corpo, mas para o amante que tratava ela mesma como filha,
não? Além do óbvio, tinha algo mais e era ela o problema.
Queria
dar filhos ao Chace para lhe provar que eles não nasceram para ser pais, mas
não queria dar ao Zac, pois ele não merecia. Queria ter se entregado a ele, mas
foi rejeitada. Porquê então ela tinha que lhe dar o que ele mais queria?
Bufou.
Zac já dormia e ela ficava se remoendo com esses pensamentos.
Levantou
devagar e foi até o banheiro lavar o rosto. Quando voltou para o quarto viu uma
pequena mancha de sangue no lençol. Fez uma nota mental para se lembrar de
falar sobre isso com o médico. Demi estava certa, ela parecia uma virgem. Não
que ela tivesse sangrado na sua primeira vez.
#Flashback#
Vanessa
se sentia incomodada e antes mesmo de abrir os olhos, sabia que ele estava ali,
ao lado dela. Suspirou envergonhada e puxou o lençol para se cobrir, mas ele
impediu e ela precisou abrir os olhos.
-Porquê
está corando? –A voz rouca dele questionou e ela sentiu-se ainda mais
envergonhada.
-Estou
descoberta.
-E?
-É
estranho. –Ele pareceu concordar, mas quando ela tentou puxar o lençol
novamente, ele não deixou.
-Você não
precisa sentir vergonha do seu marido.
-Eu sei,
mas... Por favor. –Ela tentou puxar mais uma vez, mas ele estava irredutível. –O
que foi?
-Você.
-O que
tem eu?
-Você era
virgem? –Ele perguntou duro e aquilo foi como um tapa na cara pra ela.
–Estou esperando a resposta.
-O que
você acha? –Perguntou passando de rosada para vermelho. Como ele ousava
perguntar isso? Ele não sentiu?
-Eu
achava que sim, senti seu hímen e...
-E então?
-Você não
sangrou.
-Que
diferença faz?
-Você
deveria ter sangrado, é normal.
-Você já
tirou a virgindade de alguém antes?
-Não.
-Então
como sabe?
-Ora
como, sabendo.
-Mas não
é regra.
-Prefiro
que vá ao médico.
-Ele não
vai poder dizer se eu perdi com você, e outra, não vou me abrir pra ninguém.
-Sim ele
poderia dizer, e não, ele não vai te tocar; na verdade, é ela. Não deixaria homem algum
tocar ou ver o que é meu. Só quero fazer umas perguntas. Não fizemos exames
pré-nupciais e...
-Você
acha que eu tenho alguma doença?
-Não,
claro que não. Eu sei que fui o seu primeiro e...
-Então
porquê perguntou se eu era virgem? –Bufou e cruzou os braços.
-Por que
eu sou um idiota. Acordei e não vi sangue nenhum e então me preocupei. Me
perdoe, não quis duvidar de você. Eu acho que não te rompi direito, ou se rompi
o sangue está aí dentro preso. Ah, Vanessa, me entenda. Você foi minha primeira
virgem.
-Primeira
e ultima, diga-se de passagem.
-Ciúmes? –Sorriu. –Por
favor, me deixe pelo menos ligar pro médico.
-Médica!
-Certo. –Ele
disse levantando.
-Aonde
vai?
-Vou
ligar pro hospital e...
-Não
precisa ser agora.
-Mas você
não sangrou!
-E dai?
Se fosse grave, eu já teria sentido alguma coisa.
-E como
você está? –Ele se sentou na frente dela.
-Me sinto
ótima.
-Não
doeu?
-Não
sei. –Ela disse envergonhada. –Eu nunca senti aquilo antes, então,
não sei.
-Você
gostou?
-Sim. –Disse
tentando puxar o lençol.
-Não
precisa se envergonhar, você é linda. –Ele disse se deitando do lado
dela. –Tem certeza de que não te machuquei?
-Tenho.
Você foi... Não sei. Queria dizer "o melhor", mas não tenho com o que
comparar.
-E não
vai ter. –A abraçou e ela ficou imóvel. –Já disse para não ter
vergonha de mim.
-É
estranho. –Disse tentando se cobrir. –Posso me cobrir? –Pediu
suspirando.
-Pode,
mas preferia que não o fizesse.
-E eu vou
ficar assim o dia todo?
-Eu não
me incomodaria. –Brincou e ela corou. –Quer tomar café agora?
-Só se eu
me cobrir. –Ele revirou os olhos e ela puxou o lençol até o
pescoço. –Estou com frio.
-Quer um
abraço?
-É
estranho.
-Eu sou o
seu marido, estranho é sua atitude. –A beijou na testa. –Eu não vou
fazer nada que você não queira, viu? Não se preocupe com isso.
-Você
gostou? –Ela perguntou bem baixinho sem encará-lo. Ele não respondeu e
ela já estava ficando agoniada. Ele não havia gostado, era isso? Arriscou uma
olhada e ele estava sorrindo. –Não ria de mim.
-Não
estou. Você é tão linda quando cora.
-Se não
quer responder...
-Eu não
disse isso. –Ela fechou os olhos com receio da resposta. –É claro que
eu gostei, e gostei mais ainda por que você gostou e tentou me agradar. Muito
obrigado, senhora Crawford. –A beijou. –Sou o homem mais feliz do
mundo.
-Não a de
que, senhor Crawford. –Sorriu vermelha. –Podemos pedir o café agora?
#Fim
do Flashback#
Aquela
manhã havia sido o início de tudo. O relacionamento deles passou a ser contado
a partir dali pra ela. A médica tinha dito que ela não tinha sangrado ou
sentido dores por que estava "totalmente
entregue ao momento" e até elogiou o marido por ser capaz de
realizar tamanha proeza.
Resolveu
ir até a cozinha, precisava beber alguma coisa. Depois de vasculhar a
geladeira, ela pegou uns biscoitos e encheu um copo com suco de laranja. Estava
faminta mesmo tendo acabado de almoçar. Sentou no sofá e ficou pensando...
Porquê?
Não, era errado pensar nele.
Ela devia começar a planejar um futuro ao lado de Zac em vez de ficar lembrando
do passado. Ele sim não
merecia essa situação. Estava sendo o amante e isso doía não somente nela,
mas nele também. O conhecia bem demais pra saber que esse "cargo" o
incomodava.
Deu um
pulo quando ouviu batidas na porta.
-Quem é? –Perguntou
apreensiva.
-Dona
Susana. –Ela revirou os olhos e quando ia destravando a porta, sentiu a
brisa percorrer o copo. Estava nua!
-Só um
minutinho. –Disse voltando ao quarto e se enrolando em um
roupão. –Acorda! –Cutucou Zac. Por mais que doesse, ela precisava
fazer isso. Afinal, eram amantes! –Amor,
acorda.
-Não me
diga que quer mais. –Ele resmungou sonolento.
-Não,
agora não. A minha vizinha está na porta.
-Tenho
que ir me apresentar como amigo ou me esconder no armário? –Ela fingiu que
não notou o tom de hostilidade.
-Só quero
te avisar. Não quero ninguém te vendo nu por aí. Só eu posso. –Lhe beijou
rapidamente. –Volte a dormir, mas não se esqueça de vestir algo se quiser
sair.
-Ok. –V
sorriu e fechou a porta do quarto.
Vanessa
deu uma olhada rápida pela sala pra vê se não tinham provas do crime, mas estava tudo em
ordem. Passou as mãos no cabelo e abriu a porta.
-Boa
tarde, Dona Susana. Tudo bem?
-Sim. Eu
só queria conversar com você. –Disse séria e Vanessa estranhou. Será que
ela tinha visto ou ouvido alguma coisa?
-Claro,
pode entrar. Só não repara na bagunça. A Julie ainda está no interior visitando
a família dela. Sente-se. –Apontou o sofá e se sentou em
outro. –Aceita alguma coisa? Um suco ou uma água?
-Estou
bem, obrigada. Pretendo ser breve.
-O que
houve? –Ela perguntou casualmente enquanto voltava a comer os biscoitos
que havia abandonado para abrir a porta. Estava tão nervosa. E se ela soubesse?
-Bem, eu
conversei com o seu marido sobre a festa de final de ano, você sabe, mas vocês
não foram.
-Tivemos
alguns contratempos.
-Eu
imaginei. Bem, ele tinha pago com antecedência e eu usei o dinheiro pra
comprar as coisas, mas como vocês não foram, eu devo devolver.
-Como
assim? Não tem problemas. Não fomos por que não deu, mas queríamos ter ido.
-Mas não
foram! No contrato está escrito que temos que devolver o dinheiro de quem não
foi.
-Mas nós
nem avisamos que não iríamos, então, a culpa é nossa. Vocês com certeza
arrumaram nossa mesa e...
-É muito
dinheiro, vizinha, e eu ficaria com um peso na consciência se não o devolvesse.
-Quanto?
-Quase
cinco mil dólares. Ele queria algo bem feito e de boa qualidade. Como vocês,
que foram os principais contribuintes, não aproveitaram, então tenho que
devolver o dinheiro.
-Não
senhora. O Chace é assim mesmo, gosta de esbanjar, por isso, não se preocupe.
Esse dinheiro não faz nem falta, acredite.
-Mas...
-Dona
Susana, vocês organizaram toda a festa e fizeram a quantidade de comida para as
pessoas confirmadas. A culpa não é sua se a gente não apareceu. Aconteceram
algumas coisas e eu viajei e ele também, mas isso não muda nada. Vocês fizeram
a parte de vocês, então, nada de sentir culpa. Não precisamos desse dinheiro e
eu não vou aceitar, até por que, não fui eu quem lhe pagou.
-Mas o
seu marido...
-Pensa
como eu, pode acreditar. Se a senhora tentasse devolver ele se sentiria ofendido,
tenho certeza.
-Pelo
menos a metade...
-Nenhum
centavo.
-Tudo
bem. –Se levantou. –Eu realmente não me sinto bem com isso. Sobrou
uma parte.
-Então
deixe guardado para comemorações futuras. –Sorriu abrindo a
porta. –Não se preocupe, não precisamos desse dinheiro e nem queremos.
-Se você
diz. Qualquer coisa, sabe onde me encontrar.
-Apartamento
320, eu sei. –V sorriu mais uma vez e fechou a porta.
Nem se
precisasse do dinheiro ela aceitaria. Era dele e ela não
queria nada que vinhe-se de Chace. Estava na hora de deixar ele de lado e... Droga! Esqueceu de ligar pra mademoiselle
Louise e acalmá-la.
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Hei girls, como estão? Capítulo prontinho pra vocês. Eu ia postar ontem, mas não tive tempo. Vocês acham que a Vanessa vai mudar de opinião?! Nossa, que espertas =X Obrigada a todas que comentaram, suas lindas. Quero avisá-las para prepararem o coração porque o próximo capítulo será bem tenso. Queria fazer um pedido aqui (já fiz no nosso grupo do whatsapp): A Margarida Oliveira começou uma história nova intitulada Um quarto em Paris e ela está achando que vocês não estão gostando da história. Vamos comentar por escrito, por favor!!! Necessito dos próximos capítulos e eu sei que vocês também querem, ou vão me dizer que não querem saber como será o reencontro de Zanessa ou o casamento da Vanessa com o Alex? Vamos lá, os dedos não caem. Anyway, curtam o capítulo. Vou começar a usar o grupo do facebook pra avisar quando for postar.
Xx
Xx
Que capítulo foi esse??
ResponderExcluirEu estou D E S M A I A D A.
O que vai acontecer no próximo capítulo??
Estou com uma curiosidade master.
O capítulo ficou simplesmente INCRÍVEL.
Posta loguinho
Bjos
ESSE CAPÍTULO ESTA MARAVILHOSO
ResponderExcluirFinalmente ne mana
Zac querendo aproveitar indiretamente :3
Essa Vanessa é tão dividida
Aff
Já quero o próximo
Besos
Carramba!!!
ResponderExcluirMds,eu n entendo vanessa,agr ela ta em dívida de novo
E espero q ela perceba o q zac quer provar a ela
E q chace ache alguém p ele kkkkk
Amei amei amei
é possível uma pessoa fazer amor com outra e não perder a virgindade
ResponderExcluire depois ela fazer isso com uma pessoa que realmente ama e perder????
tô passada aqui
amei o capítulo ♥♥♥
posta mais,kisses