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sábado, 31 de janeiro de 2015

Capítulo 41 + Prévia do 42

-Alô, senhor Crawford? –Uma voz desconhecida perguntou.
-Sim, sou eu.
-Chace Crawford, certo?
-Sim. Quem está falando?
-Aqui é do Hospital Central. Sua esposa sofreu um acidente e deu entrada e infelizmente não resistiu. Nem ela e nem o bebê.


-Não! –Chace acordou com seus próprios gritos. –Não. Não pode ser.
-O que houve, rapaz? –Magan perguntou abrindo a porta.
-Nada. Só outro pesadelo, desculpe.
-Você precisa procurar ajuda. Nunca vi isso acontecer com você antes.
-Eu só preciso da Vanessa do meu lado, só isso.
-E quando você viaja?
-Na próxima semana, não se preocupe.
-Boa noite, rapaz.
-Boa noite.

Droga! Eles não se falavam desde a noite de ano novo quando ela tinha dito que tinha acabado e desligado na cara dele. Mas o que terminou? O casamento? A paciência dela? O amor? Pegou no telefone nervoso e logo colocou pra chamar.

-Outro pesadelo?
-Sim. –Suspirou.
-O que foi dessa vez? –Victoria perguntou cansada.
-Ela morria. Ela e o bebê.
-Senhor Chace, sua esposa não está grávida.
-Mas poderia estar.
-Acho que ela já teria avisado se estivesse.
-Isso não importa. Uma coisa é a Vanessa me deixar e outra bem diferente é ela morrer.
-As duas situações podem acontecer.
-Eu não vou permitir.
-O senhor está deixando os seus medos lhe perseguirem durante o sono. O seu casamento está em crise, tudo pode acontecer. O senhor tem que aceitar isso. Depois, pense em meios de defender seus pontos de vista.
-Não interessa o que ela quiser debater, eu vou contra-atacar.
-O senhor sabe que não pode obrigá-la a continuar casada se não quiser, não sabe?
-Sim, estou mais do que ciente disso, mas isso não vai me impedir de lutar.
-Boa sorte. Tome os tranquilizantes e volte a dormir. Temos uma bateria de exames para realizar amanhã cedo, ou melhor, daqui a pouco.
-Eu preciso ligar pra ela, tenho que saber se ela está bem.
-Cuidado, muito cuidado. Não a pressione.
-Não irei. –E desligou. Não importava, ela ia se sente pressionada. Mas ele precisava ligar. Não podia ser no celular, ela ignoraria.

-Alô? –Uma voz masculina atendeu.
-Quem está falando? –Chace perguntou nervoso.
-Alex. Quem é?
-Chace.
-Há quanto tempo, Crawford. –Alex pareceu surpreso. –Faz o que? Um mês?
-Por aí. Um mês e alguns dias. Onde está a Vanessa?
-Saiu com a Ashley e o Zac. Foram buscar o almoço.
-E você está no apartamento sozinho?
-Com a Nina e o Ian.
-E eu! –Ele ouviu Miley ao fundo.
-É, com você também. –Alex disse revirando os olhos. –Aconteceu alguma coisa? Você parece nervoso.
-Eu só preciso falar com a Vanessa.
-Ela não deve demorar. Se quiser esperar. –Ele ouviu risadas. –Olha ela aí. Vanessa, telefone.
-Quem é? –Ele ouviu a voz dela ao fundo.
-Seu marido. Parece preocupado. –Ela bufou.
-O que foi? –Ele ouviu a voz zangada da esposa.
-Você está bem?
-Porquê não estaria?
-Eu tive um pesadelo.
-É a sua consciência pesando.
-Pode ser. O que me preocupa é que não é a primeira vez e não se limita a apenas uma situação. Vai variando, mas você sempre me deixa.
-Talvez seja um presságio.
-Não diga isso. Eu preciso que você me anime e não que me faça procurar uma ponte para me jogar.
-Chace, só foi um sonho ruim.
-Porquê você disse que acabou? O que acabou? Você quer me deixar?
-Muitas coisas acabaram. O ano, as férias, minha paciência... Eu decidi que vou ser outra pessoa. Uma pessoa feliz custe o que custar.
-Você quer me deixar? –Ele tornou a perguntar.
-Acho que nós dois sabemos quem deixou quem aqui.
-Eu não te deixei.
-Você não me chamou pra ir com você. –Acusou.
-E você teria vindo?
-O que você acha? Lógico que sim.
-Você largaria a sua festa? Seus amigos?
-Eu sempre fiz de tudo pra ficar com você, não se lembra?
-Mas eu achei...
-Achou errado. E de qualquer forma, nada justifica. Você me deixou, por isso, não venha exigir nada depois.
-Eu só quero você comigo.
-E eu quero ser feliz. –Suspirou e ele sabia que ela estava segurando as lágrimas. –Volte a dormir. Eu ainda estou aqui pra você.
-Ainda.
-Não abuse.
-Eu amo você.
-Eu também.

[...]

-E então? –Z perguntou trancando a porta. Estavam sozinhos novamente.
-Amor, por favor. Só quero dormir.
-Ele ligou e você ficou estranha.
-Só estou preocupada. Ele vai lutar e eu tenho medo das armas que ele vai usar.
-Eu sei me defender.
-O Chace sempre deixou claro que se um dia eu o deixasse por outro, ele o mataria.
-Ele não seria capaz.
-Seria sim. Eu o conheço. Ele tem mais dinheiro do que instabilidade mental.
-Não se preocupe, Vanessa. Ele não é assassino.
-Mas é louco.
-Louco de amor por você.
-Pior tipo de loucura. –Disse o abraçando. –Eu não quero que nada de ruim te aconteça.
-E não vai. Nós vamos da um jeito nisso.
-Promete?
-Prometo. –A beijou. –Vamos dormir?
-Só mais uns beijinhos.
-Você bebeu. –Ele avisou.
-Não tem problema. Eu me controlo.
-Acho bom.

[...]

-Achei que você se controlava. –Ele disse rolando na cama.
-Você também queria. –Vanessa disse tentando controlar a respiração.
-Impossível não querer você, mas mesmo assim. Droga! Eu tinha dito que não ia mais acontecer.
-Mas aconteceu. Sem arrependimentos.
-Nunca mais.
-Tudo bem. –Sorriu. –Estou mais tranquila agora, eu precisava disso. Por favor, sem brigas.
-Só por que você pediu com jeitinho. –Ele sorriu. –Você toma remédio, não é?
-Sim. Parei por um tempo, mas já voltei de novo.
-Por quanto tempo?
-Uma semana só. Porquê?
-Por nada, só quero te assustar. Eu sempre uso camisinha.
-Seu idiota. –Disse lhe dando um tapa no peito. –Você sabe que eu detesto criança.
-Devia te engravidar de propósito.
-Faça isso pra você vê. Será o primeiro e último. Te capo logo depois. –Ele gargalhou. –Eu falo sério.
-Eu acredito. –Z disse puxando-a para mais perto. –Porquê essa aversão?
-Por que sim.
-Nunca mudou?
-E nem vai mudar.
-E seus bebês? Não os queria com você agora?
-Queria, mas não é possível e isso é bom. Eu não seria boa mãe.
-Acho que você seria sim. Teve uma ótima criação.
-Sim, eu sei, mas eu não saberia o que fazer. Nem sempre concordei com o Chace. Como seria quando ele quisesse fazer algo e eu outra coisa?
-Isso faz parte do pacote do amadurecimento.
-Não quero. –Ela disse escondendo o rosto no pescoço dele.
-Eu sei, já percebi. Você continua a mesma. Mudou apenas no físico, mas o psicológico é o mesmo e eu não quero nem falar do emocional.
-E por quê não?
-Você não vai deixar de amá-lo. Nunca. Se eu posso viver com isso? Talvez.
-Como você tem tanta certeza?
-Você nunca deixou de me amar.
-Eu não quero pensar nisso agora. –V disse se levantando e procurando suas roupas.
-Mas precisa. Estamos juntos, mas como amantes. Você ainda pode voltar atrás.
-Zac, por favor.
-Vanessa, você não pode fugir disso pra sempre.
-Eu só não quero encarar isso agora. Acabamos de fazer amor.
-E pode ser a ultima vez.
-Por Deus, não!
-Você é dependente dele, não negue.
-E de você também.
-Mas você pode viver sem mim, já fez isso antes. O que me preocupa é se você consegue viver sem ele. Ele te acompanhou no processo de menina-mulher. Foi por ele, na verdade. Isso não vai mudar.
-Eu não quero resolver isso agora, por favor. Estávamos tão bem.
-E nós estamos bem, mas você me preocupa. Quem você ama mais; é isso o que eu quero saber.
-Eu não sei. Simplesmente não sei. –Suspirou. –Por favor, vamos pedir o jantar? Comida chinesa ou pizza?
-Comida mexicana.
-Nachos e Tacos?
-Tortillas também, por favor.
-Sim, senhor.
-Ei, vem cá. –Ela se aproximou da cama e ele a puxou. –Eu te amo.
-Eu também te amo.

[...]

-Isso é errado, Ashley. Eu os amo, os dois. –V disse abraçando o travesseiro mais forte.
-É perceptível.
-Como isso é possível?
-Eles são boas pessoas, tanto o Zac quanto o Chace. Ele sempre te tratou bem, eu tenho que admitir. Os métodos de proteção obsessiva eram uma prova de amor.
-Eu sei. Isso não deveria ser possível. Como Deus pode permitir isso? Amo meu marido e meu ex namorado que agora é meu amante. Isso não deveria ser possível.
-Deus sabe o que faz. Tudo tem um propósito. Não sei qual é o seu e espero que você descubra logo. Eu não queria está na sua pele.
-Nossa, muito obrigada.
-Não precisa chorar também. Você está muito emotiva.
-E não tenho razão? Minha vida está de cabeça pra baixo e eu não sei o que fazer. Eu amo dois homens e eles me amam e querem ficar comigo. O Zac é maravilhoso. Sempre paciente, dedicado, honesto. O Chace é idêntico a ele. As diferenças são mínimas.
-Me conte em que ano o Chace foi assim por que eu nunca percebi. Desculpe, mas sempre achei ele um pouco rude.
-E ele é, mas com os outros. Você tinha que vê-lo no início do nosso relacionamento. –Vanessa sorriu nostálgica. –Ele era tão doce. Sempre me colocava no colo, eu era a sua neném. Escolhia minhas roupas, me dava banho e nunca avançou sem perguntar duas vezes se eu realmente queria fazer. Ele me machucava no início e ficava péssimo depois.
-Ele já tinha mania de obsessivo. Suas roupas? Banho?
-Ele queria ter a certeza de que eu estava bem e as roupas, bem, eu não me importava. Não queria fazer feio nos jantares da empresa e deixava.
-Se ele é o que é, a culpa é sua. Você nunca impôs limites.
-Não e nem me importava. Ele começou a fazer viagens e isso nos afastou um pouco. Depois de sofrer o primeiro aborto, ele voltou a ser como era. Ele era sempre doce, sempre. Eu fiquei muito dependente dele.
-Você ainda é dependente dele. Se você está me contando isso é por que sente falta.
-É lógico que eu sinto.
-Mas não deveria. Não que seja errado, mas você está com o Zac agora. Mesmo antes de vocês ficarem, você só falava no Chace.
-Eu o amo.
-Tem certeza de que ama o Zac?
-Tenho. Ele é um anjo. Sempre dócil e amável. Uma das pessoas mais pacientes e castas que eu conheço. Ele merece ser feliz e eu sei que eu posso fazê-lo feliz. Eu quero ser o motivo do sorriso dele. O Zac é tão precioso.
-Ele é um amigo e tanto. Eu sei que fui um pouco grosseira naquele dia no aeroporto, mas foi necessário. Eu vi como ele ficou quando vocês terminaram. Conheci ele e o Alex meses depois. O Zac passou pelo inferno na terra. Me doeu tanto, sabe? Ele parecia um bom rapaz e estava no fundo do poço.
-Porquê ele me deixou? Você sabe?
-Vanessa, não é da minha conta.
-Eu sei que não foi por que ele não me amava, ele já confessou isso.
-E o que você quer que eu diga? Não posso me meter.
-Eu só quero a verdade.
-Pergunte a ele. Como que o assunto veio parar aqui, afinal? Estamos falando de sentimentos. Me diga mais sobre o passado.
-Chace?
-Sim, pode ser sobre ele. Você parece tão nostálgica com o relacionamento de vocês.
-Foi bom, Ashley. Um dos melhores que eu tive ou imaginei ter. Nunca quis me casar e formar uma família. Sempre pensei que iria conseguir um emprego, morar sozinha e essa seria minha independência, mas minha vida mudou de uma hora pra outra e aqui estou eu: casada e querendo filhos. Ou eu queria, eu não sei mais.
-Me conte sobre os bebês. –Ashley pediu. Sabia que se Vanessa começasse a fala, ela mesma saberia o que fazer.


#Flashback#

-Não sei por que eu tive que vir. –Chace resmungava.
-Eu também não, mas ela exigiu a sua presença. –V disse se referindo a sua médica, Dra. Olívia Bucker.
-Espero que não seja por bobagens. Tive que cancelar duas reuniões importantes e...
-Não quero saber. –Ela o interrompeu. –Só quero te avisar uma coisa: se tiver me passado alguma doença, você vai se arrepender.
-Que doença, Vanessa? Você sabe muito bem que é a única.
-Será? –Disse dando duas leves batidas na porta do consultório. Ouviu um "entre" e girou a maçaneta. –Bom dia, Olívia.
-Como vai, senhora Crawford? –A médica a cumprimentou se levantando. –Senhor Crawford, que bom que veio.
-É bom ser algo relevante, Dra.Bucker. –Ele disse.
-Eu acho que é algo do seu interesse, senhor.
-Espero. –Ele disse se sentando. –E então?
-A senhora Vanessa me informou que sentiu dores durante algumas relações sexuais.
-Não tenho culpa de ser bem dotado.
-Eu não quis acusá-lo. Ela não soube me responder, mas o senhor se lembra de sentir algum líquido escorrendo?
-Não, eu não lembro. Já faz um bom tempo que não a toco.
-Um mês. –V disse revirando os olhos.
-Tempo demais.
-Bem... –Olívia disse remexendo nos papéis. –Ela também me disse que sentiu alguns enjoos e tonturas. O senhor presenciou?
-Algumas vezes.
-Eu pedi para ela fazer alguns exames de rotina e alguns de sangue. Eu notei que haviam algumas alterações se compararmos aos exames anteriores e...
-A senhora pode ir direito ao assunto, por favor? –Chace disse e Vanessa não conseguiu evitar: deu-lhe um tapa no braço. –O que foi? Eu tenho mais o que fazer.
-Não quero saber. Você poderia pelo menos se fingir interessado na minha saúde?
-Eu me importo.
-Não minta.
-Está vendo? –Ele disse olhando pra médica. –Ela ficou louca. Uma hora quer algo e logo depois muda de ideia e me xinga por isso.
-Eu sou a louca? Você que mudou de comportamento de uma hora pra outra, e de acordo com os psicólogos, os homens que mudam de forma repentina estão traindo suas esposas.
-Eu já disse que não te traí, mas se você continuar insistindo nesse assunto...
-Eu mato você.
-Me poupe. Se eu te der um tapa você voa.
-Me agrida pra você vê.
-Senhores, por favor. Estou tentando lhes preparar para a notícia. –A médica disse.
-Dra.Bucker, vá direto ao assunto, por favor. –Chace disse exasperado.
-Estou doente? É isso? Ele me passou uma DST? –V perguntou nervosa.
-Não, Vanessa, você não está doente. Nenhum tipo de doença ou algo do tipo. É uma coisa boa na verdade. Pelo menos eu vejo assim. Vocês podem pensar de outra forma já que estão em crise, mas...
-Conte logo. –Chace ordenou a ponto de explodir.
-A senhora Vanessa está grávida de seis semanas! É uma maravilha termos descoberto tão cedo e...
-O quê? Não é possível. 
-Na verdade, é. Ela parou de tomar o anticoncepcional por um tempo.
-Mas eu usei camisinha durante os sete dias.
-Que pode ter estourado ou então poderia estar com um furo mínimo. Por isso eu perguntei se não sentiu nenhum líquido.
-Não, não é possível. –Chace passou as mãos no cabelo.
-Como você pode? –Vanessa gritou olhando pra ele. –Você sabe a minha opinião sobre isso. Já não basta me largar? Tem que me deixar com um pirralho pra infernizar a minha vida? Preferia uma doença, até mesmo a morte.
-Eu vou deixá-los a sós por alguns minutos. –Olívia disse indo até a porta. –Por favor, não destruam minha sala.
-Você é um imbecil, um inútil. –Vanessa acusou assim que a médica fechou a porta. –Não sabe nem checar uma camisinha?
-A culpa não é minha senhora "não-fico-quieta-porque-dói". Se rasgou foi por que você não lubrificou direito.
-Agora eu tenho a culpa por você ter sido bruto? Me poupe. Você estragou a minha vida, minha juventude. Como você pôde? –V gritou aos prantos.
-Vanessa, eu não tenho culpa. Você acha que eu quero um filho? Já te falei que não quero te dividir com ninguém, muito menos com um bebê.
-Eu não quero essa criança.
-Eu também não, mas nós não vamos tirar. Aqui é legalizado, mas eu não vou permitir.
-Eu não sou assassina, lógico que não vou fazer isso. Porquê, Chace? Porquê você fez isso comigo? Eu não tenho condições de criar uma criança sozinha. –Ela disse e ele a abraçou.
-Você não está nessa sozinha.
-É claro que estou. Você não tem tempo pra mim, quem dirá para um filho. Eu não vou suportar mais isso.
-Eu já te falei que tenho que fazer minhas viagens de negócios. Elas beneficiam a minha empresa e a nós também, é claro.
-Eu não quero saber. Eu não fiz sozinha, eu não vou criá-lo só. Você de o seu jeito de evitar essas viagens ou então passe a me levar com você.
-Eu vou vê o que posso fazer.
-Não vai vê nada. Ou isso ou eu vou embora. Minha mãe vai cuidar de mim de verdade.
-Eu nunca te maltratei.
-Não no físico, mas no emocional sim.
-Nós vamos da um jeito, não se preocupe.

#Fim do Flashback#


-E então? –Ashley perguntou animada fazendo Vanessa sorrir. Parecia que estavam falando de uma novela e não da vida real.
-A doutora voltou e me levou para fazer alguns exames. Pegamos alguns medicamentos e voltamos pra casa.
-E o príncipe encantado fica aonde nessa história?
-Ele voltou a me tratar como no início do nosso relacionamento, como uma verdadeira rainha, mas é como eu já disse antes: não tinha condições físicas.
-E como foi? Vocês brigaram? Ele estava em casa? E as viagens?
-As viagens cessaram um pouco, mas ele me levou em algumas. Nós brigávamos, mas não como antes. Ele me irritava como ninguém algum dia poderia fazer. Não era proposital, mas eu não conseguia evitar. O modo de andar, de falar, o cheiro. Eu o detestava por completo.
-E ele não te tocou nesse tempo?
-Por incrível que pareça, eu gostava de dormir abraçada a ele. Só assim ele não me incomodava; inconsciente. Fizemos amor somente duas vezes. Foi normal na primeira vez, mas na segunda...
-Doeu?
-Parecia que ele queria colocar um caminhão na vaga de uma moto, sabe? E ele foi super carinhoso como sempre, mas não tava dando. Não sei, meu corpo não conseguia aceitar.
-E ele?
-Parou. Ele nunca forçou nada, pelo menos não sexualmente.
-E o aborto?
-Ashley, é difícil. –V disse brincando com os dedos sem encará-la.
-Eu sei, mas estou curiosa.
-Eu tinha quase três meses. Estávamos nos preparando para um almoço de negócios e começamos a discutir porque eu queria ir de calça e ele queria que eu fosse de vestido. Eu não sei se com algum ex seu foi assim, mas quando nós não transávamos, parecia que toda a carência do mundo entrava nele e saía em forma de raiva.
-Frustração sexual.
-Isso! Bem, ele me jogou na cama e arrancou a minha calça. Disse que preferia perder negócio do que me deixar sair vestida como uma... "adolescente problemática e desobediente" ou algo do tipo, não me lembro direito. Enfim. Discutimos e eu troquei a minha camisa por uma dele e disse que então eu ficaria em casa. Ele concordou e eu avisei que estava com fome. O Chace pode fazer o que for, mas ele sempre atende aos meus desejos. Ele foi até a cozinha pra me trazer frutas –recomendação médica, e eu fui pro banheiro. De repente me deu uma vontade de ir, sabe? Mas não saiu nada e começou a doer. Era como se algo estivesse querendo sair, mas não saía e só restava a dor. Eu me sentei na cabeceira da cama e esperei passar de olhos fechados. Só notei que ele tinha voltado depois de escutar o barulho de algo quebrando no chão. Ele começou a gritar pelos empregados e pra prepararem o carro e eu não entendia nada. Ele estava me irritando, na verdade. A minha dor só aumentava e aquele homem não parava de berrar e de revirar o meu armário. E de repente, ele se virou e eu vi lágrimas. Foi meio chocante: o meu esposo, um dos homens mais duros que eu já conheci, Chace Crawford, chorando? Ele se aproximou e me tocou na barriga e eu olhei pra baixo pela primeira vez desde que tinha começado a doer. Só lembro de ver sangue, muito sangue. Eu apaguei logo que ele me colocou no colo.
-Então você não viu quando chegou no hospital? Nem se seu filho poderia sobreviver?
-O Chace me disse que nós chegamos tarde demais e que na verdade eu tive sorte de não ter morrido também. Foi horrível.
-E como te contaram?
-Quando acordei eu ainda sentia dor, mas era diferente. Me sentia violada, sabe? Algo me faltava. Ele se aproximou de mim e segurou nas minhas mãos. Eu soube assim que vi o seu rosto.
-Triste?
-Transtornado. Algo me diz que ele já amava a criança. Ele até mudou depois disso. Não suportava falar de crianças e depois passou até a brincar com os primos pequenos.
-E você foi pra casa chorar?
-Eu passei um longo tempo no hospital. Eu nunca tive uma boa alimentação e não sei, fiquei muito fraca. Acho que foram quase três meses vivendo ali.
-E o Chace?
-Ele não saía de lá. Acho que algum empregado trazia e levava as roupas por que ele nunca desaparecia por mais de cinco minutos e quando isso acontecia era por ordem médica.
-E em casa?
-Do mesmo modo. Trabalhava no quarto e depois passou a ir até o escritório para dar telefonemas. Eu vivia dopada, então nem ligava.
-E o segundo?
-Podemos da uma pausa?
-Não. Você disse que ele tinha brigado com o seu professor de fotografia da Índia. Como vocês foram pra lá?
-Depois do aborto a gente não conseguia mais ficar naquela casa. Era uma bela casa, mas era triste. Ele conversou comigo por que as viagens não cessariam já que a empresa dele ficava na Índia e nós morávamos na China, o lugar perfeito para negócios. Então decidimos nos mudar e fomos. Passamos a dividir a casa com um sócio dele. Engravidei seis meses depois do incidente, com onze meses de casada. Eu tinha iniciado o curso assim que tínhamos nos instalado.


#Flashback#

-Chace, hoje não. Estou cansada.
-Você vem dizendo isso há quase um mês. Hoje não, ontem também não, antes de ontem, semana passada... Estou ficando cansado disso.
-Eu acordei antes do nascer do sol para fotografar, entenda.
-O seu curso está nos atrapalhando.
-Está me fazendo ser útil, isso sim.
-Não para mim.
-Isso já não é problema meu. Você quem insistiu nesse curso, não vou parar agora.
-Você mal fica comigo. Não me beija e raramente me toca. Você conheceu alguém? 
-Essa é a coisa mais absurda que já ouvi na vida. Você sabe que eu nunca faria isso, e caso acontecesse, você seria o primeiro a saber.
-Então o que é? Sinto sua falta imensamente.
-Desculpe, eu tenho meus trabalhos pra fazer.
-Vou conversar com o seu professor a respeito disso.
-Você não vai. Não sou nenhuma criança, sou uma mulher adulta.
-E casada. Não pode sair fotografando a cidade a qualquer hora como se não devesse satisfação a ninguém.
-E você pode sair pelas festas da vida sem hora pra voltar e tendo o direito de reclamar quando te pedem satisfação, não é? –Ela ironizou.
-São festas de negócios.
-Isso não muda nada. Eu sei que existem mulheres oferecidas que fariam de tudo pra ganhar apenas um beijo seu nesses lugares.
-A única mulher que me interessa é você.
-Grande coisa. –Revirou os olhos. –Vamos dormir, por favor?
-Tudo bem, mas fique ciente de que eu vou conversar com o seu professor amanhã.
-Chace!
-Pode me chamar pelo meu nome completo se quiser, não vai mudar nada. –Ele disse apagando a luz do abajur e ela revirou os olhos.

Se sentia uma criança prestes a ser motivo de piada depois de uma visita surpresa de seu pai na escola depois de mau comportamento em casa.
Não que ela se importasse muito com isso. A maioria dos seus colegas de classe eram do sexo feminino e elas sabiam muito bem o que era ser pressionada pelo companheiro.
A reação dele ao sexo masculino que era preocupante. Não que ela pudesse algum dia se interessar pelos seus colegas de sexo masculino, afinal, não faziam seu tipo, mas o professor seria um problema.
Ele era um homem alto e musculoso no auge dos seus 30 anos. Tinha olhos castanhos e cabelos negros e era natural de Crawley, Reino Unido. Era um colírio aos seus olhos, ela não podia negar, mas também nunca imaginou os dois em uma relação que não fosse professor-aluna. Chace concerteza veria diferente.

#Fim do Flashback#


-E então? –Ashley questionou mastigando uma batata-frita.
-Foi dito e feito. Ele acordou cedo e tomou café. Eu preferi ir em jejum já que tínhamos combinado um desjejum coletivo já que era a semana de algum deus indiano. Quando chegamos o meu professor estava alegrinho demais e Chace logo foi tirar satisfações com ele a respeito dos horários das atividades ao ar livre.
"Peyton, meu professor, mostrou o seu planejamento do semestre passado e do que iniciaria logo e explicou que eram os melhores horários para as fotos perfeitas e etc. Eu me afastei já que minhas colegas estavam intrigadas com a visita do meu marido e fui tentar distraí-las. Você não faz ideia de como as mulheres indianas podem ser oferecidas.
"Só sei que enquanto me servia com um pouco de suco eu ouvi os gritos e a euforia vindo da sala de aula. Corri e me deparei com o meu marido esmurrando o meu professor que estava a todo custo tentando proteger suas partes e seu belo rosto. Me enfiei no meio e na tentativa de me afastar o Chace me empurrou forte demais me fazendo bater contra a mesa. Só sei que senti aquela dor novamente, mas muito mais forte. Acho que foi pelo impacto.
-E ele?
-Parou no instante que eu berrei. E então tudo se repetiu. Dor e sangue. Como não tinha me alimentado, desmaiei assim que vi o sangue.
-E então?
-Acordei no hospital, mas dessa vez foi diferente. Não estava só o Chace no quarto, mas a mãe dele também.
-Mas ela não te odiava?
-Isso que me deixou intrigada. Eu fui tentar me mexer e senti a agulha enfiada na parte de cima da minha mão direita e outra no meu braço esquerdo. Não consegui controlar o gemido e eles me notaram. Ele se aproximou e me disse que eu tinha ficado desacordada por quase dois dias.
-E porquê? O que tinha sido diferente?
-Eu não me alimentava direito por conta dos enjoos e assim fiquei fraca.
-Ah, Vanessa. O que eu faço com você?
-O Chace falou a mesma coisa. –Ela sorriu. –Então ele se sentou na cama e me contou que eu tinha abortado. De novo.
-E você?
-Fiquei chocada. Tinha descoberto que estava grávida mas que não estava mais. Foi confuso e doloroso.
-E sua sogra? O que ela fazia lá?
-Chace tinha pedido socorro por que eu precisava de transfusão e ela era compatível. Aí eu notei que tomava tanto soro quanto sangue.
-Que barra, hein?
-Nem me fale. Eu agradeci e ela apenas acenou com a cabeça. Ela estava com os olhos úmidos...
-Por você?
-Duvido. –Gargalhou. –Com certeza era pelo filho. Ele estava mais arrasado do que da ultima vez.
-E quando você foi pra casa?
-Dois meses depois. Precisei ganhar peso e aumentar a minha taxa de glóbulos brancos.
-E a terceira vez?
-Foi a um ano atrás, no nosso aniversário de casamento. Estávamos afastados por conta dos eventos de final de ano da empresa já que ele mal parava em casa. Estava me sentindo enjoada e cansada demais e qualquer coisa me irritava ou me deixava deprimida. A Dona Kalika me chamou pra conversar depois de uma discussão boba minha com a Uma, filha dela, e me perguntou o que estava acontecendo. Só aí eu parei pra analisar o que eu estava passando e simplesmente disse "acho que estou grávida". –V disse sorrindo.
-Matou a velha? –Gargalhou.
-Não, mas quase. Ela disse que se fosse verdade era uma benção já que eu tinha perdido antes, e bem, isso não é muito bem visto lá. Fui no hospital e depois de um exame rápido, e uma pequena fortuna para receber o resultado no mesmo dia, eles confirmaram minhas suspeitas. Liguei logo pro Chace, o que definitivamente, foi o meu pior erro. Ele foi grosso e hostil. Engoli a raiva e pedi gentilmente pra ele chegar um pouco mais cedo em casa porque precisávamos conversar. Ele disse que ia tentar e desligou.
-Tensão sexual reprimida.
-Eu sei, mas aquilo me magoou de qualquer maneira. E como eu já disse antes, ele chegou de madrugada e discutimos. No meio da briga eu senti pontadas de dor, mas ignorei e continuei a rebater as afrontas dele. Ele estava bêbado e eu estava muito decepcionada. De repente eu senti um líquido escorrer pelas minhas pernas e aquela maldita dor voltar novamente. Só lembro de segurar o meu ventre e falar: "Sabe o motivo do meu pedido para você chegar cedo? Era isso que eu queria te contar: Estou grávida. Ou estava. Me leva pro hospital, agora.".
-E ele? Gritou?
-Muito. Acordou todos na casa e me carregou até o carro e passou o caminho inteiro me pedindo desculpas. Eu estava tão zangada com ele.
-E com razão. Ele matou o seu bebê.
-Eu disse isso pra ele. "Se ele morrer, a culpa será sua.". Acho que aquilo foi a morte pra ele. Essa foi a pior de todas as perdas. Eu não desmaiei e senti todas as dores. Mesmo com a anestesia geral eu ainda fiquei acordada e senti quando fizeram a raspagem. Preferia morrer a passar por aquilo novamente.
-Eu imagino.
-Não, Ashley. Essa é uma das situações que quando uma pessoa diz isso ou aquele famoso "eu entendo" a gente ri pra não chorar, por que é óbvio que a pessoa não sabe ou entende ou imagina.
-Desculpe.
-Tudo bem. Quando me acomodaram no quarto ele estava lá me esperando. Prendi a respiração pra tentar controlar as lágrimas, mas aquilo só aumentava a dor e o vazio no meu ventre. Ele continuava a me pedir desculpas no meio do choro. Foi uma cena realmente deprimente. Odeio vê-lo chorar; ele parece tão impotente. Esperei os enfermeiros saírem e só sussurrei "feliz aniversário de casamento" e me virei pro outro lado.
-Você é tão má.
-Me doeu fazer aquilo, mas a dor da perda foi pior. Eu queria aquele bebê, achei que seria ótimo como presente de aniversário e seria um novo recomeço pra nós dois e de repente eu não o tinha mais.
-A Vanessa. –Ashley disse a abraçando. –Me desculpa, eu não queria te fazer chorar.
-Não é você, baby, é ele. Ele. Eu não o quero mais na minha vida, mas eu ainda sinto algo por ele e acho que sempre vou sentir. Ele foi o meu primeiro homem, ele me tornou a mulher que eu sou hoje. Ele me deu a mão quando eu mais precisei e me ajudou a superar o rompimento com o Zac. Ele curou as minhas feridas com beijos e abraços. Não posso esquecer isso, é impossível. Só que nada disso é motivo suficiente para lutar por ele novamente. Não quero mais isso pra mim. Quero ser feliz ou pelo menos morrer tentando. –V disse enxugando os olhos. –Eu já fiz a minha escolha.
-Zac?
-Zac.



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ZAC \O/ Quem gostou do capítulo levanta a mão? Ok, espero que todas. Já estou terminando o capítulo 42 porque tempo livre é o que não me falta sçlaskals. Well girs, quero agradecer aos comentários. Vocês são muito afoitas, nossa. A Candice ainda vai aprontar muitas pra cima da Vanessa, mas vai ter volta, não se preocupem. Queria divulgar um blog. Love Track da Bea. Está no segundo capítulo e já está tendo babado. Deem uma passadinha por lá e se divirtam. Como eu demorei um pouco pra postar, aqui deixo uma prévia do capítulo 42.


******************************** Capítulo 42 ********************************



-Eu também te amo. Quer comer o que no café da manhã?

-Você. –Sorriu maliciosa.


-Vanessa!"

********************************Capítulo 42 ********************************

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sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Capítulo 40

-E essa animação toda? –Victoria perguntou desconfiada assim que ele entrou no seu consultório.
-Eu sei que estou ótimo. Nunca mais senti tonturas ou dores e acredite ou não, eu comecei a fazer exercícios e não senti falta de ar em momento algum.
-Isso é muito bom.
-Mal posso esperar para ir para a América.
-Não se anime tanto. Só se passaram duas semanas.
-Eu sei mas, eu sinto algo estranho, sabe? Não sei, eu sinto como se algo estivesse me puxando pra Vanessa e eu nunca senti isso antes. É como se uma parte de mim estivesse lá e estivesse me chamando.
-Isso é amor.
-Não, é diferente. É mais forte.
-Seja o que for, está te fazendo bem. –Sorriu. –E então, que horas o senhor vai passar lá em casa?
-Preciso adiantar uns projetos da filial e depois eu vou.
-Me avise quando estiver chegando.
-Acho bom a comida ser boa. –Chace sorriu. –Você acha que eu deveria ligar pra ela e desejar um feliz natal?
-Não acho que seria uma boa ideia.
-Mas ela está com os pais e eu tenho certeza de que eles vão estranhar caso eu não ligue.
-Ela não vai dizer que você ligou de qualquer modo.
-Posso ligar no telefone residencial.
-Faça o que achar melhor, mas depois não reclame que ela se afastou mais ainda.
-Eu conheço a esposa que tenho, ela está esperando que eu ligue.

[...]

-Também te adoro, beijo. –V desligou sorrindo.
-Chace? –Ela ouviu a voz de Greg.
-Que susto, pai. Não, não era ele. Há quanto tempo o senhor está aí?
-Acabei de chegar. –Ele disse entrando no quarto. –O que está havendo entre vocês dois?
-Nada que eu não possa resolver.
-Ele me parece ser um bom rapaz, não faça precipitadamente.
-Não se preocupe.
-E então, quem era?
-Ashley! –Mentiu.
-De novo?
-Você não conhece ela. É capaz de ligar vinte vezes. Daqui a pouco ela liga de novo por que esqueceu de desejar feliz natal.
-Filha, telefone pra você. –Gina gritou da escada. Vanessa encarou o relógio de cabeceira. Fez os cálculos do fuso-horário mentalmente e pela hora...
-Não vai atender? –O pai questionou curioso.
-Sim. –Disse pegando no aparelho. –Já pode desligar, mãe. Tirei do gancho. –E se levantou da cama. –Oi.
-Sou eu. –Chace disse e ela estremeceu.
-Eu imaginei. O que você quer?
-Só liguei para te desejar um feliz natal. Você ainda está zangada?
-O que você acha?
-Que já passou da hora de você deixar de frescura.
-Você não disse isso.
-Só estava brincando. Vanessa, por favor. É natal. Você quer mesmo continuar com isso?
-Você acha que é fácil? Se ponha no meu lugar.
-Eu me arrependi.
-Pois não parece. Eu preciso desligar, vou ajudar minha mãe na cozinha.
-Ela me disse que o jantar já está pronto.
-De qualquer forma, eu preciso desligar.
-Precisa ou quer?
-Os dois.
-Tudo bem, só queria ouvir sua voz. Recebeu meu presente?
-Não chegou nada aqui.
-Pois deveria. É um vestido para o ano novo.
-Sua secretária escolheu esse também?
-Dessa vez fui eu. Espero que goste.
-Não vou nem aceitar.
-Vai sim. Você é minha esposa e eu tenho todo o direito de te presentear, já conversamos sobre isso. –Ele respirou fundo. –Eu não quero discutir. Só aceite.
-Tudo bem, mas isso não significa nada.
-Para mim, sim. Eu amo você. 
-Eu não posso fazer isso.
-Sim, você pode. Você me ama.
-Você não merece.
-Eu sei que não, mas você me ama mesmo assim.
-Queria deixar de amá-lo. –Ela confessou ciente de que o pai a ouvia.
-Não podemos mandar no coração. Eu não quero te perturbar mais. Feliz natal, amor.
-Feliz natal, Chace.

[...]

-Ashley! –V disse a abraçando no aeroporto.
-Nossa, quanta saudade. –Ironizou.
-Ele ligou, Ashley. Disse que me amava e teoricamente, eu também.
-Você não contou ao Zac, não é?
-Não a ultima parte.
-Vanessa, você tem que parar de falar do seu futuro ex marido para o seu futuro namorado.
-A gente combinou que íamos ser sinceros um com o outro.
-Se você é tão sincera, porquê não disse tudo?
-Ele sabe que eu ainda o amo, não preciso ficar lembrando.
-Ele também sabe que você ainda é casada, não precisa você ficar falando.
-Eu preciso desabafar.
-Ligue pra mim.
-Eu preciso dele.
-Pois vai afastá-lo desse jeito. Ninguém gosta de quem fica relembrando o passado.
-Não preciso de repreensões.
-Tudo bem. Já deu a entrada?
-Ainda não.
-E porquê? Vai da pra trás?
-Não, eu só quero fazer isso com tempo, e bom, eu queria algo amigável.
-Você jura que o Chace vai te da o divórcio amigavelmente? Tenha dó.
-Chace está diferente. Pelo pouco que conversamos nesse tempo, ele me pareceu controlado. Em outra época ele já tinha me arrastado pra Índia a força.
-Isso se chama culpa.
-Não acho que seja isso. Ele me pareceu retraído com alguma coisa. Eu o conheço bem o suficiente pra estranhar até as mensagens. Tem algo errado.
-Não é da sua conta. A secretária dele pode resolver os problemas, tenho certeza.
-Você se incomoda mais com ela do que eu.
-Você me pareceu bastante convencida de que eles tinham algo naquela outra noite.
-Eu sei, mas eu o conheço. Ele não seria capaz, mas eu...
-Sem mártires. Ele te abandonou porque quis. Quem planta, colhe.
-Tenho medo do que eu vou colher pelas traições.
-Não é traição.
-Ainda estamos legalmente casados.
-Por que você quer. Eu tinha mandado o pedido no outro dia.
-Você ficou morrendo quando terminou com o Scott, então menos.
-É diferente.
-Obviamente. Não estou noiva e sim casada.
-Por questão de tempo. Bem, vamos logo para não pegar muito trânsito. A cidade está uma loucura.
-É Nova York, todos querem vê a bola descer.
-E nós temos uma belíssima festa para ir.
-Eu não sei se é uma boa ideia.
-Você já está aqui, não comece.
-Tudo começou aqui, Ashley. É difícil pra mim.
-Vanessa, presta atenção: o Zac é um grande amigo meu e eu sei que ele continuou apaixonado por você durante todo esse tempo. Se você não tem certeza do que quer, caia fora antes que ele se machuque mais. Você acha que isso não o afeta? De dez palavras que você fala, vinte são "Chace" ou "marido" e ele já tem a consciência pesada por conta daquela noite em Islamorada. Ele quer tentar algo novo e você fica voltando e se prendendo ao passado. Tudo tem limites. Quer falar com seu marido? Ok. Quer usar os presentes dele? Ok de novo, mas não envolva o Zac nisso. Ententeu?
-Sim. Desculpa, que é ele é meu melhor amigo e eu pensei...
-Pensou errado. Ele não é só seu melhor amigo, é seu "namorado" ou "amante" como ele diz. Ele não quer saber do Chace. Ninguém quer!

[...]

-Você está linda. –Zac disse lhe dando um beijo na testa. –Roupa nova? –Ela só confirmou com a cabeça. –É linda.
-Muito obrigada. Você também não está feio. –Ela disse se sentando e logo um garçom apareceu lhe oferecendo uma taça com champanhe.
-Vá com calma.
-Não se preocupe, o que eu menos quero é ficar bêbada está noite. –Sorriu. A festa corria bem e estava sendo realizada no Empire States. Os convidados eram todos da mais alta sociedade. Tanto empresários quanto estrelas de cinema estavam marcando presença e de vez em quando algumas pessoas vinham cumprimentá-la e elogiavam o trabalho de Chace deixando-a desconfortável assim como a Zac. –Eu realmente estou repensando a ideia de ficar bêbada. –Ela confessou no ouvido de Zac assim que Steve, um dos sócios do marido, se afastou.
-Somos dois.
-Não se zangue comigo.
-Eu sei que você não tem culpa, não se preocupe. –Z disse lhe dando um beijo casto e rápido.
-Zac!
-Duvido que alguém tenha visto nesse jogo de luz. –Reclamou.
-Mesmo assim.
-E seus pais?
-Estão bem.
-Você está estranha, muito quieta. Eles não falaram sobre o Chace?
-Não quero falar sobre isso.
-E porquê? Aconteceu algo que eu não saiba?
-Não, é só que... –V travou quando a viu. –Ah não, era só o que me faltava.
-O que foi?
-Não olha. É a irmã dele. Como que eu não imaginei? Esses eventos são a cara dela. Sou uma estúpida.
-Quer ir pra ala privativa?
-Rápido, por favor. –Ela pediu se levantando e Zac procurou Ashley com os olhos. –Vai ser impossível encontrá-la a olho nu.
-Olha só quem está aqui. –Eles ouviram uma voz feminina desdenhando. –Cunhadinha, você na noite, quem diria, hein? Candice Crawford, prazer. –A loira cumprimentou Z estendendo a mão e Vanessa não conseguiu evitar revirar os olhos. –E você quem é?
-Zac.
-O amante?
-Candice, por favor. –V interrompeu. –Somos apenas velhos amigos, na verdade nos conhecemos a mais tempo do que eu e o seu irmão. Não que isso seja da sua conta, é claro.
-É só meu irmão se afastar que você coloca as garrinhas de fora, não é, ninfeta?! Onde está o Chace?
-Não faço a menor ideia; estamos separados.
-Finalmente! Não sei como ele aguentou tanto tempo. Pois fique sabendo que você não vai levar nada.
-Nada me faria mais feliz.
-Então é por isso que você não foi, não é?
-Pra onde?
-Como pra onde? Para o Texas. Você sabe que minha avó por algum motivo gosta de você e só por não estarem mais juntos decidiu não ir?
-Do que você está falando?
-Não se faça de tonta, você sabe muito bem.
-Não, eu não sei. Não vejo e nem falo com o seu irmão há quase três semanas. O que houve com a mademoiselle Louise?
-Problemas cardiorrespiratórios. Ela já foi atendida, mas não graças a você e sim a Chace que conversou com ela por telefone. Ele tinha dito que viria vê-la pessoalmente, mas cancelou e estou quase certa de que foi por sua culpa.
-Desde quando? –V perguntou ignorando a provocação.
-Duas semanas, quase três.
-E ele não me disse. –V disse fervendo. –Com licença, preciso fazer uma ligação.
-O que houve? –Ashley perguntou se aproximando acompanhada.
-Chace, é isso o que aconteceu.
-Vanessa!
-Ashley, agora não. –Ela resmungou indo até o banheiro. 

A música continuava alta, mas daria para ouvi-lo. Tirou o celular de dentro da bolsa e acionou a discagem rápida.

-Olá, amor. –Ele a saudou. –Fico feliz que tenha aceitado e usado o meu presente.
-Como você sabe?
-As fotos já estão na internet. Você está linda.
-Poupe-me de seus elogios. Porquê diabos você não me disse que a mademoiselle Louise estava doente?
-Quem foi que te contou?
-Sua irmã, e como se não bastasse, colocou a culpa em mim por você não ter vindo visitá-la.
-E você contou que eu te deixei?
-Não, lógico que não.
-Ótimo.
-Só contei que estamos separados.
-Vanessa!
-O que? É verdade e você ainda não respondeu a minha pergunta.
-Eu só não queria te preocupar com os meus problemas.
-Você sabe que eu gosto dela, devia ter me contado. Eu podia ajudar.
-Ela já foi medicada, não precisa se preocupar.
-Grande diferença que isso faz. –Ela ironizou. –Mudou a minha vida, nossa.
-Vanessa, por favor, não quero brigar. Está se divertindo?
-E você se importa?
-Eu amo você, por favor, não me trate assim.
-Chace, acredite: eu não me importo nem um pouquinho com você e sei que você não se importa comigo.
-Isso não é verdade.
-Então porquê diabos você me abandonou? –Explodiu. –Eu realmente não quero discutir isso agora. É noite de ano novo e não quero atrair negatividade para o próximo ano. Depois nós conversamos.
-Eu acho que volto no final de fevereiro.
-Tudo bem, eu espero até lá. Precisamos conversar pessoalmente mesmo.
-Certo. Por favor, pense com carinho. Eu tenho uma razão por ter feito o que eu fiz.
-Não me pressione.
-Não foi minha intenção, eu só queria deixar claro que vou rebater suas acusações.
-Nunca duvidei disso. –Ela escutou a contagem regressiva e então os gritos.
-Feliz ano novo, Vanessa. Eu amo você.
-Pro inferno você e o seu amor. Acabou.

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Hello!!!! Que capítulo corrido, hein? Quero apressar as coisas por que o melhor ainda está por vim. Tivemos Greg tentando defender o genro, Ashley soltando o verbo, Candice Crawford najando... Quem gostou? A notícia boa é que o capítulo 41 já está prontíssimo e eu já vou iniciar o 42. Agradeço aos comentários. Não sei de nada, Rafaela :emoji de lua amarela: rs. Julia, eu quero que acabe, mas não quero que acabe hahaha. Tipo, ela está bem no começo ainda (mesmo no capítulo 40) mas enfim. Ainda tem muita coisa pra acontecer. Eu não quero chegar no capítulo 1000 né, gente? Por isso estou apressando as coisas um pouco. Mas relaxem, isso ainda está longe de ter um fim. Enjoy.
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