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quinta-feira, 27 de março de 2014

Capítulo 31

-Você tem certeza disso? –Vanessa perguntou.
-Sim, eu tenho. –Miley respondeu do outro lado da linha. –Fiz todas as pesquisas possíveis e essa me pareceu a melhor opção, fora que não vamos nos preocupar com nada, somente em nos divertimos.
-Mas tem certo preço, baby.
-Sim, mas é somente divulgação e nós podemos fazer isso pelas redes sociais postando fotos ou vídeos durante o evento ou depois, o importante é postar. Não é tão difícil.
-Pensando assim não é.
-Então vamos. Converse com o seu marido. Acho que ele vai aceitar sim. Ele tem cara de ser daqueles que não perdem uma festa.
-Mas não é qualquer festa e nem qualquer lugar, e outra, eu tenho que ir nessa festa também e esse pode ser um bom motivo para ele negar.
-Qual o problema de você ir? Você é a esposa dele, tem que acompanhá-lo mesmo.
-Não estamos falando de um simples evento e sim de uma festa e eu também sou fraca para bebidas alcoólicas. Chace não é daqueles que gostam de ficar se preocupando com bêbados. Ele prefere ficar em casa a ter que passar por isso.
-Bem, você que sabe. Mas não desista antes de tentar. Em primeiro lugar, isso tudo é para a Ashley e não para nós.
-Eu vou tentar.  Ele está resolvendo alguns pepinos da empresa. Vou perguntar agora que ele está ocupado. Se ele disser “não” pode desistir, por que é a decisão final e ele não vai mudá-la. O melhor momento para pedir algo para ele é agora, por que ele é daqueles que aceitam quase tudo só para se livrarem das interrupções. Me deseje sorte.
-Boa sorte. –Disse sincera e Vanessa encerrou a chamada. Respirou fundo antes e voltar para o quarto.
-Amor...  –Ela disse timidamente.
-Sim? –Ele disse sem tirar os olhos do computador.
-A Miley acabou de me ligar.
-E?
-Ela disse que já tinha descoberto um modo de animar a Ashley.
-E?
-E ela quer saber se pode contar com a nossa presença.
-E?
-Eu acho que a Ashley merece sim o nosso apoio sem pensar duas vezes.
-E?
-E eu quero saber a sua opinião.
-Vem aqui. –Pediu e ela se sentou ao lado dele. –Qual a ideia da Miley?
-Ela pensou em uma viagem para todos nós.
-Para onde?
-Las Vegas, Nevada. –Disse e ele logo a encarou. –Mas é por apenas um fim de semana e ela já conseguiu um patrocinador que vai cuidar da hospedagem e da viagem.
-Las Vegas, baby?
-Sim, Las Vegas. É um ótimo lugar para quem é recém-separado.
-Acontece que nós não somos separados.
-Mas somos jovens. Nós não temos que ir a cassinos ou a boates se não quisermos. O fato de nós estarmos lá como um apoio que realmente importa.
-E quem é o patrocinador?
-É o dono da Pure NightClub. –Disse timidamente.
-E você acha que eles não vão exigir aparições na boate em troca do patrocínio?
-Eles pediram para divulgarmos nas redes sociais e aparições sim, mas só por uma noite.
-Mas Vanessa...
-Olha, se você quiser nós podemos passar o dia inteiro juntos em troca de algumas horas na boate. Não estou fazendo por nós, amor. É pela Ashley. Ela precisa se animar.
-Mas...
-Por favor, por favor, por favor. –Pediu com o olhar mais doce que conseguia.
-E as passagens?
-O patrocinador vai alugar um jatinho para nos levar e nos trazer, juntamente com um motorista e seguranças para nos acompanharem, se quisermos, claro.
-E o hotel?
-O hotel é um que fica próximo à boate e a escolha das suítes fica a critério de cada um.
-Mas...
-Podemos ficar com a suíte presidencial se você quiser. Eu deixo você escolher tudo sem reclamar por mais exagerada que seja a sua escolha, mas peço para irmos.
-E as refeições?
-Ficam por conta do hotel.
-E...
-Vamos, por favor. Eu deixo você escolher até as minhas roupas e joias.
-Tem certeza?
-Sim, claro. Tudo pela felicidade da Ashley.
-Certo, sendo assim prepare as malas.
-Vamos para Vegas? –Perguntou incrédula.
-Vamos. –Ela soltou um gritinho o beijou animada. –Posso trabalhar agora?
-Pode, claro. –Disse se separando. –Posso ficar aqui com você? Eu quero te mimar um pouco. -Ele beijou a testa dela. –Já disse que você é o melhor marido do mundo?
-Hoje não.
-Mas você é. Quer algo? Um suco ou uma fruta?
-Não quero nada. –Disse sem tirar os olhos do computador.
-Amor. –Ela disse depois de um curto período de minutos.
-Sim?
-Eu amo você.
-Eu também amo você. –Disse antes de senti-la beijando-o.

[...]

-Amor, atende a porta. –Ela pediu com a voz abafada pelo travesseiro.
-Vai você. –Disse sonolento.
-Daqui que eu me vista a pessoa desiste. Você só precisa da box. Vai lá, vai.
-Tudo bem. –Disse se levantando. –O que a senhora quer? –Perguntou grosseiro assim que abriu a porta.
-Eu queria acertar os últimos detalhes que serão discutidos na reunião de amanhã. –Dona Susana disse.
-Que reunião?
-A reunião dos moradores sobre a festa de final de ano. A Vanessa está? Quero conversar com ela sobre isso.
-Ela está, mas está dormindo e mesmo se ela estivesse acordada, ela não falaria com a senhora. Ela não é daquelas que organizam festas. Eu faço isso.
-Podemos conversar sobre isso, então?
-Eu estava dormindo na verdade, mas já que me levantei mesmo, não vejo o porquê não. Entre, por favor. –Disse. Ela entrou e eles logo iniciaram uma conversa sobre os detalhes da festa. Minutos depois Vanessa saiu pela porta do quarto com um rosto sonolento. –Já acordou, Bela Adormecida? –Perguntou sorridente.
-Ouvi vozes e vim saber quem estava aqui. –Respondeu se aproximando dele. –Aconteceu alguma coisa?
-Não, não é nada disse. Ela só veio aqui falar sobre os assuntos que serão tratados na reunião da festa do final de ano. –Ele explicou.
-Ah sim. Vocês querem algo? Um suco? Algumas torradas?
-Eu aceito. –Dona Susana disse sorrindo.
-Eu também. –Ele disse e ela foi para a cozinha preparar tudo. O telefone residencial tocou e Vanessa correu até a sala para atender.
-Olá baby! –Vanessa atendeu sorridente.
-Olá. –Alex disse do outro lado da linha, fazendo-a revirar os olhos. –Que recepção calorosa.
-Não achei que fosse você. –Ela disse voltando a cozinha. –Pensei que fosse o Zac já que ele é o único que liga no telefone residencial.
-Sua sinceridade é encantadora, hein? –Ele disse zombeteiro.
-Certo, certo. O que você quer?
-Quero saber que história é essa que a Miley me disse sobre irmos viajar para Vegas nesse final de semana.
-Como assim nesse final de semana? –Perguntou sussurrando. Sabia que Ashley precisava de distração o mais rápido possível, mas tinha de ser nesse final de semana? -Não pode ser no outro?
-Pelo que ela me informou é nesse final de semana. A viajem de ida está marcada para a tarde do dia 03 de dezembro e a viajem de volta para o dia 06, também no período da tarde.
-Não tem como ser adiado?
-Acho que não. Na verdade, a Miley até que conseguiu uma boa oferta para quem arranjou tudo em cima da hora.
-Ela é uma Cyrus. –Relembrou-o de que o sobrenome "Cyrus" abria muitas portas, afinal, ser filha de Billy Ray não era para qualquer um. –O que me incomoda é o fato de que ela não me disse que era justamente nesse fim de semana.
-E o que tem de especial nesse fim de semana que você não pode cancelar?
-Não é questão de não poder cancelar e sim de não poder mudar. –Disse respirando fundo antes de continuar. –O meu aniversário de casamento é no próximo dia 03 e por mais que eu não ache que seja válido já que só consumamos o casamento dias depois, para Chace é válido e especial. –Sussurrou para ter a certeza de que não seria ouvida por ninguém fora Alex. –Eu quase não o consegui convencer a ir. Se ele souber que é nesse fim de semana, vai desistir.
-Converse com ele. Tenho certeza de que ele não vai negar nada a você se souber pedir com jeitinho.
-Você não o conhece, com toda a certeza. –Disse com o telefone preso entre o ombro e a bochecha enquanto ia até a sala com uma badeja com dois copos com sucos de laranja e com algumas torradas. –Espero que gostem. –Sussurrou para os dois enquanto voltava para a cozinha para preparar uma vitamina para si mesma. –Acho que não iremos para essa viagem.
-Ah, não. De jeito nenhum. –Logo protestou. –Essa viajem seria muito sem graça sem você. Eu preciso de alguém que cuide de mim quando eu não estiver mais sóbrio.
-O Zac já faz isso.
-Mas não é a mesma coisa. Ele me joga debaixo do primeiro chuveiro de água gelada que encontrar e o 'café' que ele me prepara é só água quente e pó. Ele nem coa ou deixa ferver. Você é mais...
-Humana? –Completou sorrindo.
-Eu ia dizer 'feminina', mas também vale. –Sorriu do outro lado da linha. –Enfim, eu só te liguei pra saber mais informações sobre essa viagem e percebi que sei mais do que você. Tenho que desligar. preciso trabalhar.
-Você? Trabalhar? Ok. Não vou mais te atrapalhar sr. trabalhador.
-Engraçadinha. Adiós baby.
-Adiós, Alex. –Desligou sorrindo.

Alguns dias se passaram e o dia da viagem chegou. Vanessa não tinha falado nada para Chace sobre a data e sempre que ele perguntava, se esquivava do assunto. A sexta-feira se iniciou normalmente como havia sido nos dias anteriores, mas Chace sentia que a esposa estava tensa. Preferiu não comentar nada. Se ela quisesse conversar, o procuraria. Depois do café da manhã, ela havia se trancado no quarto enquanto ele trabalhava na sala. Perto da hora do almoço, ele resolveu que tiraria um cochilo antes de almoçarem. Deu algumas batidinhas na porta.
-Amor, abre. –Ele pediu.
-Um segundo. –Ela disse e ele ouviu algo ser arrastado antes da porta se abrir. –Já, pode entrar. –Disse sorrindo.
-Que malas são essas? –Ele perguntou assim que notou duas malas abertas com roupas até a metade no canto do quarto. –Vamos viajar?
-Sim, vamos.
-E para onde?
-Vem aqui, amor. –Pediu e ele logo se sentou na ponta da cama, ao lado dela. –Em primeiro lugar, eu quero que saiba que eu não sabia.
-O que aconteceu?
-Promete que vai me ouvir antes de qualquer coisa?
-Prometo. O que houve?
-Lembra que no inicio da semana o Alex me ligou para me perturbar?
-Sim, lembro.
-Ele não ligou só para isso. Ele queria saber sobre a viagem para Las Vegas e falou sobre a data, coisa que Miley me ocultou e ontem depois de tanto pensar, descobri o por que. Ele me disse que a data da viagem era hoje e eu conversei com o Zac e ele confessou que ela escondeu por que sabia que você ia dar pra trás. –Ele tentou dizer algo. –Não, não diga nada. Primeiro eu e depois você. –Respirou fundo. –Eu fiquei meio balançada por que sabia que era verdade e até iria desistir, mas o remorso que eu sabia que sentiria assim que a Ashley me ligasse para perguntar o por que de não estar com ela foi mais forte e decidi pensar em algo para te fazer aceitar ir na viagem mesmo sem vontade. Acabei não conseguindo pensar em nada e me convenci de que nada funcionaria, somente ser sincera com você. Eu já estou convencida de que você não vai querer ir, mas para evitar que digam que não tentei, fiz as malas.
-Você quer ir? –Perguntou e ela não soube decifrar as emoções que os olhos dele transmitiam.
-Eu quero, mas sei que esse dia é especial para você e que o penúltimo onde você quer estar hoje é estar em Vegas.
-E o ultimo lugar seria... ?
-Na casa do seus pais, mas isso não importa. Você não quer ir e eu vou desfazer as malas. –Tentou se levantar, porém ele a impediu. –O que foi?
-Quem disse que eu não quero ir?
-Você quer? –Perguntou com os olhos alegres e um sorriso no rosto.
-Claro. –Sorriu contagiado pela alegria dela.
-Claro que sim ou claro que não?
-Claro que sim.
-Onde estão as câmeras?


Ele riu antes de responder. –Que eu saiba, a única câmera que tem aqui é a sua câmera fotográfica que está no armário.
-Você tem certeza, amor? Não quero que você vá contra a sua vontade.
-Eu realmente planejava uma viagem no seu aniversário, mas no nosso aniversário é melhor ainda.
-Você tem certeza, amor?
-Tenho e outra: você disse que eu escolheria tudo que envolvesse você.
-Certo. Estava bom demais para ser verdade.
-Você que sugeriu isso.
-Eu sei. –Lhe deu um selinho rápido antes de voltar a arrumar as malas.
-Vou tirar um cochilo rápido. Me acorde na hora do almoço, certo?
-Sim.

Na hora do almoço o clima era descontraído, mas ela sabia que ele planejava algo. Tinha aceitado a viagem muito facilmente. Com toda a certeza ele iria aprontar algo. Voltaram ao apartamento e em seguida saíram para o aeroporto. A viagem foi tranquila, até Maui dormia e horas depois o jatinho estava aterrizando. Seguiram para o hotel em uma limusine também fornecida pelo patrocinador e logo avistaram um dos letreiros mais famosos do mundo.


Ashley que estava de mãos dadas com Vanessa olhou para a amiga sorrindo e essa logo entendeu o que a loira sentia.
-O que acontece em Vegas... –Ashley iniciou depois de um suspiro.
-Fica em Vegas.

-----x-----

Bem meninas, aí está mais um capítulo. Espero que gostem e agradeço aos comentários.
Xx

quinta-feira, 20 de março de 2014

Capítulo 30

-O que você está fazendo aqui? –Chace perguntou assim que o viu esticado no sofá. O barulho da televisão havia feito ele despertar horas antes do previsto.
-Assistindo TV. –Zac comentou como se fosse óbvio enquanto aumentava o volume.
-Você não deveria estar aqui.
-É, acho que não, mas estou. Fazer o que, não é? –Falou irônico sem desviar os olhos do desenho animado que assistia.
-Você com essa idade ainda assiste Bob Esponja?
-Ele é engraçado.
-Você é patético.
-O que você faz aqui? Caiu da cama, foi?
-Antes fosse. Você poderia desligar isso?
-Poderia, mas não estou com vontade.
-Você sabe que está na minha casa, certo? –Chace perguntou avançando lentamente.
-Sim, e dai?
-E dai que quem manda aqui sou eu.
-Bom pra você.
-É sério, Efron. Desligue isso. Eu preciso dormir.
-Pode dormir, não estou com a sua cama.
-Por que você está aqui, afinal? Achei que depois do que você fez ontem, a Vanessa te expulsaria.
-Ela tentou, mas acabou percebendo que podia precisar de mim caso você entrasse em crise novamente.
-Muita ajuda que você oferece desse jeito. –Disse irônico. –Faça menos barulho, eu quero voltar a dormir.
-Eu também queria dormir ontem a noite e nem por isso vocês diminuíram os gemidos. –Zac disse zangado. Chace alegava estar mal de saúde, mas nem por isso deixou passar a oportunidade de aplacar seus desejos com a esposa.
-Os gemidos ficam por conta da Vanessa. Se quer discutir sobre isso, discuta com ela.
-Quando ela acordar, quem sabe.
-Se você se incomodou tanto com o fato de nós fazermos amor, por que não foi embora?
-Por que ela ia perceber o motivo e ia ficar estranha comigo.
-Hm, entendo. Se você quiser, eu posso dizer que você foi embora hoje cedo por precisar trabalhar.
-Não se incomode comigo. –Disse irônico. –Eu já avisei pra ela que só precisaria trabalhar no período da tarde, pois tenho uma reunião muito importante.
-E por que você não vai pra casa para se preparar?
-Prefiro esperar ela acordar e fazer o café. É o mínimo que ela pode fazer.
-E o soco que você me deu não me da o direito de te pedir um favor? –Disse e Zac riu sabendo que o "pedido" era na verdade uma ordem. –Poderia por favor, se retirar do meu apartamento?
-Olha, eu vou ser sincero com você: Eu até poderia, mas não vou fazer isso. –Disse aumentando o volume novamente fazendo o sangue de Chace ferver.
-Desliga isso. –Ordenou alterando a voz.
-Não, agora se me der licença, eu quero vê como o Bob Esponja vai se livrar das águas vivas. –Disse aconchegando-se na coberta emprestada por Vanessa.
-O que está acontecendo aqui? –A voz feminina de Vanessa fez os dois estremecerem.
-O barulho da TV me acordou e eu vim encarecidamente pedir para ele abaixar o volume, mas ele me ignorou e fez justamente o contrário. –Chace disse abraçando a esposa por trás.
-Zac, isso é verdade? –Perguntou cruzando os braços fazendo ele rir. –Do que você está rindo? Estou te fazendo uma pergunta e não contando uma piada.
-Você adotou uma postura de mãe agora e isso é engraçado. –Ele confessou controlando o riso. –Nós somos adultos, Vanessa, podemos resolver nossos assuntos sozinhos.
-Da ultima vez que você resolveu os seus "assuntos" com meu marido, ele saiu ferido.
-Isso faz parte do passado.
-Do passado de ontem e os danos são notados hoje.
-Coisa que não te impediu de fazer certas coisas –Sussurrou procurando o celular entre as almofadas do sofá, mas ela ouviu.
-E o que eu fiz? –Ela perguntou desconfiada. Ele não poderia saber, certo? Ah não ser que tivesse ouvido.
-Você sabe o que fez, não me obrigue a falar. –Disse a olhando de cima a baixo. –Eu achei que você fosse pura. –Brincou e ela logo corou.
-Oh meu Deus, você...? Não, Zac. Por Deus, me diz que você está de brincadeira. –Ela perguntou chocada.
-Eu realmente queria que fosse, mas não é. Você apagou toda a boa imagem que eu tinha de você. Nem quando eu assisti porno pela primeira vez, eu não me senti assim. Você é um animal. –Disse antes de gargalhar.
-Oh meu Deus. Eu sabia que não devia ter permitido. Algo me dizia que isso ia acontecer. Zac, por favor. Não comente isso com ninguém.
-Como não vou comentar com ninguém? Eu preciso de acompanhamento psicológico a partir de hoje e a culpa é sua.
-Zac, é sério. Não comente nem com a Ashley, nem com a Miley ou com o Alex. Seria o fim para mim.
-Relaxe, Vanessa. Você acha mesmo que eu vou repetir o que ouvi? Eu não consigo nem recordar sem ficar enjoado, imagine falar sobre isso.
-Obrigado. –Disse tentando abraçá-lo.
-Não chegue perto de mim com esse corpo usado. Tome um banho antes de qualquer coisa.
-É o que? –Perguntou antes de rir. –Pode parar com essa frescura.
-Não é frescura, é uma realidade. Eu não sou obrigado a sentir o seu cheiro e o de Chace misturado.
-Tudo bem. –Revirou os olhos. –Ainda é cedo e eu estou cansada. Vou voltar a dormir. Pode abaixar o volume?
-Posso, mas se eu ouvir algo suspeito, aumento no mesmo instante. –Avisou.
-Ok. Quer comer algo? Eu posso preparar.
-Não, eu estou bem, obrigado. Qualquer coisa eu te chamo.
-Ok. Até daqui a pouco. –Disse puxando Chace para o quarto novamente. –Oh meu Deus. Está vendo no que você me mete? –Olhou para o marido que tinha se jogado na cama.
-O que foi que eu fiz?
-O que foi que você não fez. Se você não tivesse forçado a barra...
-Até parece que você não queria.
-Eu não queria.
-Me engana que eu gosto. –A puxou para si.
-É sério, amor. Nós temos que agradecer por ter sido ele e não outro.
-Agradecer o que? Se você tivesse chamado a Ashley...
-A Ashley tem problemas demais e não sou eu que vou preocupá-la com os meus. Ela vai se zangar por eu não a ter avisado, mas vai entender.
-Mesmo assim, eu preferia que você tivesse chamado ela, assim ela se distraía um pouco.
-Ela não saberia onde procurar você, afinal, não te conhece, e outra: ela ficaria para dormir também, mas diferente do Zac, ela ia compartilhar a cama conosco. É isso que você queria?
-Pensando bem... –Disse fazendo ela rir. –Na próxima vez, chama ela, ok?
-Não vai ter próxima vez. Eu não vou deixar. –Acariciou o rosto dele. –Eu fiquei tão assustada. Pensei o pior. Eu amo você e não suporto a ideia de te perder.
-Está tudo bem, relaxe. Já passou. –A abraçou.
-Não seria melhor você ir ao médico só para ter certeza?
-Não acho necessário, amor.
-Você teve uma crise, acho que é mais do que necessário. Eu posso agendar com um conhecido da Ashley e...
-Não, nada disso. Eu prefiro pedir recomendação do meu antigo médico.
-Então, ligue e peça.
-Depois.
-Mas amor...
-Depois, Vanessa. Eu estou bem, não estou?
-Não que eu possa dizer "nossa, como ele está bem", mas está.
-Então, pronto. Vem, vamos dormir de novo antes que o seu amigo confunda nossas vozes com outra coisa. –A beijou de leve.

[...]

-Não, lógico que não. –Zac negava com o bluetooth enquanto servia-se com leite. –Não, Alex. Isso é estupidez. Se quer tanto fazer algo com esse dinheiro, doe para alguma instituição de caridade. Eles vão aproveitar melhor do que essa possível empresa. {...} Não é desdém, é a realidade. Você já ouviu algo sobre ela? Uma empresa tão antiga como eles alegaram ser para você, deveria ter feito algo de produtivo uma unica vez. {...} Se você quer fazer isso, faça, mas não com o nome da empresa. Não podemos nos arriscar a ter outra quebra por suas idiotices. {...} Eu não vou ter reunião nenhuma com nenhum representante. Eu já tenho uma reunião com os acionistas hoje e não posso mais adiá-la. {...} Eu não vou pagar nenhum almoço para ser enganado. Eu já disse, não vamos fazer acordo com nenhuma empresa duvidosa. {...} Não, eu não... Alex, me deixa falar... A ligação está caindo, nos falamos na empresa. –Zac disse tirando o aparelho do ouvido. –Que idiota.
-O que foi? –Vanessa perguntou antes de dar uma mordida numa torrada.
-Uma possível empresa quer fazer parceria com a nossa e o Alex aceitou, mas as ofertas são boas demais para serem de verdade.
-Mas o Alex pode fazer algum contrato sem a sua assinatura?
-Não, não pode. Ele é o "presidente", mas não faz nada sem meu consentimento e mesmo que tente, não é válido. Nós temos um acordo e a empresa é tanto minha quanto dele.
-Metade, metade? –Chace perguntou se interessando.
-Legalmente, sim. Mas todos sabemos que se a empresa chegou aonde chegou, foi por meu esforço. O Alex só ajudou em parte com os recursos financeiros e digamos que o sobrenome Efron ganha mais vantagem se o Pettyfer estiver acompanhado. Ele trabalha, sim, mas nem sempre. Faz algumas pesquisas e alguns projetos, mas na maioria das vezes, ele só contribui no lado financeiro.
-E ele se conforma com isso?
-Ele se conformaria se não precisasse sair de casa para efetuar os pagamentos. Ele é preguiçoso demais, mas quando decide trabalhar pode ter certeza de que coisa boa vem por aí.
-Nem sempre. –Vanessa disse.
-É, nem sempre. –Zac concordou. –Ele tem seus momentos, digamos assim. Trabalha quando quer. Quando não, dá meia volta e sai da empresa sem dizer nada a ninguém. Ele tem talento para os negócios, mas a preguiça é maior. Eu até queria que ele fosse o diretor financeiro, mas ele falta demais e o diretor financeiro deve estar sempre disponível.
-Entendo. –Chace disse. –E você aceita fazer parceria com ele pelo lado financeiro?
-Na verdade, não. No começo, 90% foi por isso, digamos assim, mas ele tem talento. Eu não "carreguei" ele na faculdade como muitos pensam. Foi justamente o contrário. Mas depois que obtivemos os primeiros lucros, ele decidiu trabalhar sem carga horária fixa. Espero que algum dia a vontade dele de trabalhar em período integral volte.
-Por que será que ele ficou assim? –Vanessa perguntou. –Quero dizer, eu sei bem o que é um homem que ama o trabalho e sei que isso não muda de uma hora pra outra.
-Eu acho, não tenho certeza ainda, que ele teve uma desilusão amorosa e o pai dele, Richard Pettyfer, pensa o mesmo. Ele era muito focado nos estudos. Era bagunceiro, sim, mas era focado também. Fazia todos os trabalhos e fechava o semestre antes de todo mundo.
-Ele tinha alguma namorada?
-Eu me lembro pouco dessa época, mas lembro que ele sempre estava no meio de uma roda de meninas. Ele dava atenção a todas, é claro, mas tinha uma ruiva dos olhos verdes do curso de medicina que deixava ele vermelho. Eu adorava, claro, mas nunca me atrevi a perguntar o que eles eram. Tivemos que fazer uma viajem para a Flórida num fim de semana para visitar umas empresas e como ele já tinha fechado o semestre, preferiu ficar. Quando voltei, ele estava diferente. Estudioso, claro, mas estava na defensiva. Não brincava mais e eu percebi que ele e a garota se evitavam. Houve outra viajem para os formandos e eu preferi não ir, mas ele foi e ela também. Houveram boatos de que eles tinham ficado e outros de que eles haviam discutido. Eu não quis perguntar nada e logo em seguida nós abrimos a empresa. Dois meses depois, ele virou o que é hoje.
-É complicado, mas não tem a tal "mulher misteriosa"? Não será ela?
-Não, não é. Eu fui numa festa a fantasia com o Alex a meses atrás e acho que a mulher misteriosa estava lá. Eu e o Alex estávamos conversando e do nada, ele se levantou e foi falar com uma mulher de cabelos pretos que estava fantasiada de bruxa sexy. Ele parecia bem zangado e ela logo foi embora. Até perguntei que era, mas ele me ignorou e foi dar em cima de algumas garotas.
-A outra não poderia pintar o cabelo?
-Poderia, mas o que uma nerd estudante de medicina iria fazer numa festa a fantasia?
-É, tem razão. Será que ele não me falaria?
-É o que? –Chace e Zac perguntaram juntos.
-É, tipo. Eu sou mulher e posso tentar arrancar algo dele. Posso sair com ele e depois de fazer ele encher a cara, posso fazer perguntas. Ele me considera uma amiga-irmã, então acho que consigo.
-Não acho que seja uma boa ideia. –Chace disse. –Quem garante que bêbado ele não vai tentar nada com você?
-Eu garanto. Ele não é assim.
-Ok, casal. Para que você faria isso, Vanessa? –Zac perguntou.
-No fundo eu sinto que ele é infeliz. Eu quero ajudá-lo.
-Não pode ajudar dando um livro de auto ajuda? –Chace perguntou recebendo um olhar repreensivo da esposa.
-Não, não pode. Por que não saímos todos juntos? Uma noite de amigos, que tal? Podemos ir a algum barzinho que tenha uma área reservada e curtir a noite. Tanto ele como a Ashley estão precisando.
-É, ele ficou meio depressivo depois que o Chace chegou. –Zac disse.
-E você também. –Chace provocou.
-Claro, estou super depressivo. Olhe a minha cara de que chorei a noite toda. –Respondeu revirando os olhos. –Posso pensar no assunto, mas você tem que me garantir que vai negar caso ele insinue que eu disse algo.
-Tudo bem. –Ela respondeu dando de ombros.
-Ótimo, eu vou falar com a Ashley e vê o que posso fazer. –Tomou o café num gole. –Tenho que ir. –Se levantou.
-Já? –Ela perguntou desapontada.
-Sim, eu sou um homem trabalhador ao contrário de você.
-Estou de folga.
-Folga é coisa de gente preguiçosa.
-Até parece que você nunca tirou uma folga na vida.
-Não considero fins de semana uma folga.
-Você é o dono.
-E por isso mesmo eu não digo para os outros fazerem o meu trabalho. Bom dia. –Disse antes de sair.
-Falando em trabalho... –Chace disse se levantando.
-Ah, não. Você também não.
-Eu só quero fazer uma ligação, amor.
-Nada disso. A unica ligação que você deve fazer é para o seu médico pedindo recomendações.
-Tudo bem. –Disse bufando.
-No vivo a voz, de preferencia.
-De jeito nenhum. –E se trancou no quarto e ela revirou os olhos.
-Homens. –Murmurou antes de começar a recolher os pratos.

[...]

-Odeio paparazzi. –Vanessa resmungou assim que fecharam as portas atrás de si. –Eles são como sanguessugas.
-Já passou, hm? –Chace cheirou-lhe os cabelos.
-Sim, mas... Sei lá, eles irritam.
-Relaxa e aproveite a noite. –Pediu enquanto eles eram guiados para uma ala mais reservada do restaurante. Depois de se acomodarem, o garçom lhes deixou a sós para escolherem o que iriam pedir. –Melhor?
-Sim. –Disse antes de lhe dar um selinho rápido. –Amor... –Ela deixou a palavra no ar.
-Sim?
-Você planejou alguma coisa para o final do ano? Alguma festa ou algo do tipo?
-Não, ainda não. Por que?
-Durante as compras com a dona Susana ela me falou que os moradores estão planejando uma ceia para o natal e queria saber se nós iriamos participar. Eu disse que iria te perguntar, já que é você que organiza essas coisas.
-Você quer ir?
-Eu não sei. A Ashley com certeza vai passar o natal com a família dela e o mesmo deve acontecer com o resto. Nós somos os únicos "desgarrados". –Disse beijando o braço dele.
-Se você quiser, nós passamos com a sua família.
-Eu não sei, amor. Seria bom, mas estranho também. A primeira coisa que iam perguntar era sobre os filhos e bom, minha mãe iria me fazer perguntas e o que eu menos quero é relembrar o passado.
-Com a minha família nós não podemos passar. –Relembrou-a. –E se fossemos somente nós dois como sempre?
-Não, amor. Eu quero algo diferente esse ano.
-E a sua tia? Com certeza as suas primas vão preferir ficar com os namorados ou amigos.
-É, pode ser. Eu vou ligar para ela e perguntar.
-Certo.
-E se nós convidarmos ela para cear aqui no prédio com a gente? Seria melhor, por que só nós três iria ser meio deprimente.
-Converse com a dona Susana e pergunte se podemos levar convidados.
-Eu acho que não tem problema, mas vou fazer isso mesmo.
-Ok, mas deixa isso para depois. Agora vamos aproveitar a nossa noite. Vai querer o que?
-Escargot e você?
-Caviar. –Decidiu chamando a atenção do garçom que depois de anotar os pedidos, se retirou. –Quando você volta a trabalhar? –Ele perguntou depois de um tempo.
-Não sei bem, por que? Já cansou de me ter em casa o dia todo, é? –Brincou.
-Não, é justamente o contrário. Eu estava pensando em fazermos uma viajem para comemorarmos o seu aniversário.
-E por que não pode ser aqui?
-Por que o tempo esfria muito e eu não quero ter que ficar em casa por culpa de chuvas. Podíamos ir para o Havaí ou se não quiser ir tão longe, podíamos acampar no Vale da Morte que fica aqui na Califórnia mesmo.
-Eu não sei se é uma boa ideia passar meu aniversário num lugar que tenha "morte" no nome.
-Vamos para o Havaí então.
-Não, amor. Eu prefiro ficar aqui. Nada melhor do que a nossa própria casa.
-Mas eu queria que fizéssemos algo marcante.
-E nós podemos fazer algo marcante aqui.
-Eu acho mais seguro nós viajarmos.
-Como assim "seguro"?
-Usei as palavras erradas, eu quis dizer "proveitoso".
-Hm. –Disse desconfiada. Chace não pertencia ao gênero que falava sem pensar e aquilo a incomodou. –Mesmo assim, eu prefiro ficar aqui.
-Você que sabe.
-Se você quiser planejar alguma festa surpresa, fique a vontade. –Disse e ele sabia que apesar do tom de humor, ela falava sério.


-Eu vou conversar com suas amigas para saber se elas não estão planejando algo.
-Tudo bem. –Disse se aconchegando mais aos braços dele. –Amor? –Chamou depois de algum tempo.
-Oi.
-Você me ama?
-Amo e você sabe disso. Por que isso agora?
-Por nada. Eu também te amo.
-Eu sei. –Disse fazendo ela beliscá-lo. –Ai, o que foi que eu fiz de errado? Já disse que te amo.
-Você é muito sem graça. Eu esperava um "eu te amo mais".
-É óbvio que eu te amo mais, sempre te amei e sempre te amarei, mas não gosto de me gabar.
-Seu bobo.
-Se eu sou bobo você é mais por me amar. –Disse antes de a puxar para um beijo que logo foi interrompido pelo garçom.

[...]

-Tens certeza? –Ela perguntou assim que ele ligou o carro.
-Tenho. Eu dirijo com cuidado. Não vou dar motivos para nenhum policial nos parar.
-Mesmo assim eu tenho medo.
-Não se preocupe. Qualquer coisa eu digo que você está passando mal e que por isso não tive outra opção.
-Na volta eu dirijo, ok?
-Só por que eu ainda não conheço o caminho. –Assentiu.
-Para onde estamos indo? –Ela perguntou depois de alguns minutos. As ruas eram escuras e ela não sabia aonde estavam ou para onde estavam indo.
-Surpresa. –Disse pensando em como tirar a atenção dela. Se ela pensasse muito ia acabar reconhecendo o caminho. –Você já falou com as suas amigas hoje?
-Troquei sms's com a Miley. Ela disse que ia pensar em alguma coisa para animar a Ashley. Talvez alguma festa ou uma viajem. Pedi para ela me manter informada.
-E você ainda vai tentar descobrir alguma coisa do passado do Alex?
-Sim, vou. Enquanto a Ashley está tomando os primeiros goles para ficar bêbada, ele já está caído no bar. –Disse sorrindo. –Não vai ser difícil arrancar nada dele, o difícil vai ser ajudá-lo.
-Você consegue.
-Eu sei.
-Convencida.
-Realista. –Disse olhando em volta.
-A Miley é a organizadora dos eventos do grupo?
-Na verdade é a Ashley, mas ela está ocupada demais tentando organizar a vida.
-Salva os números dela para mim, por favor. –Pediu entregando o celular para a esposa. –Quero perguntar se ela está planejando algo para o seu aniversário.
-Tudo bem.
-Mas não pergunte nada, hein? Deixa que eu pergunto.
-Tudo bem. –Disse revirando os olhos.

[...]

-Onde estamos? –Ela perguntou pela milésima vez enquanto estavam no elevador.
-Espere e verá. –Falou paciente.
-Estou curiosa.
-Você já vai descobrir. –Dito isso as portas do elevador se abriram. –Vamos.
-Que lugar é esse? –Perguntou assim que saíram na sacada. –De quem é esse prédio?
-Não sei bem. Eu só sei que sempre vinha aqui para estudar ou pensar. A vista é linda.
-Concordo, mas... O que estamos fazendo aqui?
-Estamos apreciando a vista. Eu queria te mostrar esse lugar. É especial para mim.
-O que você fez aqui? –Perguntou semicerrando os olhos.
-Nada de mais. Eu já disse que só vinha aqui para estudar ou pensar. Tomei muitas decisões importantes aqui.
-E como você o descobriu?
-Eu tinha acabado de chegar de Nova York e queria conhecer a faculdade em que poderia terminar o meu curso. Eu acabei errando o endereço e vim parar aqui. É um lugar bom para se pensar. No norte temos as montanhas, no oeste temos a cidade e no leste temos o mar. É um prédio bem localizado.
-Concordo. E você planeja comprá-lo?
-Não sei bem. A localização é ótima para montar uma filial, mas o espaço é muito pequeno.
-Percebi que tem uma grande área livre dentro dos parâmetros da propriedade. Você poderia construir uma segunda parte lá.
-Uma filial dividida em duas partes?
-Não exatamente. Você não disse que na maioria dos acordos não passam dos primeiros cinco andares?
-Sim, disse.
-Pois bem. O seu andar é o trigésimo oitavo, o ultimo, ou seja, para não terem andares desnecessários você poderia usar esse prédio a parte importante como o lado financeiro, os planejamentos, a gerencia, as reuniões... No espaço livre você poderia fazer um anexo para a área das secretárias, da segurança, da limpeza e das outras coisas que também tem.
-Pode ser. Eu vou consultar um engenheiro e vê o que posso fazer. Por mais que seja um ponto falido, o dono deve cobrar um preço alto pela vista.
-Bom, você sabe o que fazer com o seu dinheiro. –Disse se apoiando no peitoral da parte oeste. –Vinhemos fazer o que aqui?
-Eu queria ter um momento especial com você. –Disse a abraçando por trás.
-Como o que por exemplo?
-Relaxe, não é isso que você está pensando. Eu não sou do tipo que vive aventuras em público. Eu quero te dar um presente.
-Que presente?
-Vire-se para mim. –Ela obedeceu. –Lembra-se de quando eu te pedi para se casar comigo pela primeira vez?
-Lembro-me vagamente. Foram tantos pedidos. –Sorriu.
-O oficial, você se lembra?
-O de Nova York? Lembro-me.
-Lembra-se do anel que te dei?
-Lembro. Tenho ele até hoje junto com os protetores de aliança.
-E por que não os usa?
-Por que acho ele muito delicado como já te disse e os protetores parecem mais anéis comuns em vez de protetores.
-Entendi. Olha, eu te trouxe isso. –Disse tirando uma caixa pequena do bolso. –Eu quero que você use.
-O que...? Mas eu já tenho um anel de noivado. –Disse observando a joia. Era muito maior e mais brilhante do que o outro anel que tinha, mas isso não importava para era.
-Ele não é delicado, certo?
-De longe quem sabe. –Fez piada. –Não, eu não posso aceitar.
-Eu fiz para você. É a primeira joia da minha joalheria. A unica coisa que não foi da minha empresa é o ouro, mas é da minha parceria.
-Em vez de me dar, por que não guarda?
-Eu fiz para você, amor. Fui na mina escolher o diamante e tudo mais. Demorei três semanas para fazer o designer. Cuidei até dos mínimos detalhes. O que achou?
-É muito bonito, mas é demais para mim.
-É seu e eu não aceito devolução. Você disse que não usa meus presentes por serem delicados ou chamativos. Ele até que é bem simples para ser um anel de noivado.
-Mas...
-Nada de "mas". Use, por favor.
-Ok, eu aceito. –Disse por fim. –Não faz sentido, mas nosso relacionamento não é normal, não é mesmo?
-Como assim?
-Em vez de iniciarmos o nosso relacionamento com um namoro como qualquer casal normal, nós nos casamos. Ficamos amigos e agora você me deu um anel de noivado. Estamos regredindo o que é bom.
-E por que é bom regredir?
-Por que se fossemos avançar, o nosso próximo passo seria o divórcio e não é isso que eu quero.
-É, pensando desse modo até que faz sentido, mas vamos parar de regredir por aqui, certo? Nada de virarmos somente amigos.
-Podemos avançar só um pouquinho?
-Para que?
-Para termos um bebê, ué. Antes da maioria dos divórcios, os casais tem filhos. No mínimo um.
-Só um?
-É, só um.
-Por que não dois? E que tal cinco?
-Cinco? De modo algum. Vamos ter um filho e somente um. Quem sabe no futuro não venha uma irmãzinha, mas por agora quero somente um.
-Mas...
-Mas nada. Se quiser mais, procure outra mulher.
-Uma barriga de aluguel? Não acho que seja necessário. É mais fácil esconder seus medicamentos e conversar com sua ginecologista secretamente sobre o seu período fértil e partir para o ataque.
-E quem disse que eu vou deixar você fazer algo sem camisinha?
-E desde quando você checa?
-É, mas mesmo assim. Vou começar a prestar mais atenção agora.
-Duvido. –Ela lhe deu língua e eles trocaram um beijo doce. –Vamos?
-Vamos.
-Acho que não estamos sozinhos. –Ele disse olhando para baixo vendo alguns flashes no meio da escuridão.
-Ninguém merece. –Olhou em volta.
-Você é mais famosa do que eu imaginava.
-Eu não sou tão famosa assim. Ainda colocam "amiga das modelos Ashley Tisdale, Miley Cyrus, Selena, Demi" e blah blah blah. Raramente colocam "garota propaganda da Ecko" ou da Neutrogena. Tenho que trabalhar muito para conseguir um reconhecimento próprio.
-Você vai conseguir.
-Amor, eu não acho que esses paparazzi estão aqui por mim.
-E por quem então?
-Por você. Eles são bem quietos e não estão escondidos, ou seja, não são paparazzi e sim jornalistas.
-E o que eles podem querer comigo?
-Você se esqueceu de que é uma celebridade no mundo dos negócios? Você saiu da Índia sem dizer nada e com toda a certeza eles querem saber o que o empresário Chace Crawford está fazendo em L.A. Está viajando há negócios ou a lazer? Está com a esposa ou há amante?
-Eu não tenho nenhuma amante.
-Pois eles pensam que sim. Já vi algumas revistas especularem se o seu relacionamento é somente profissional com Victoria ou se existe algo mais.
-Essas especulações não passam de fofoca.
-Eu sei. –Disse sorrindo.
-Então não fale isso. Tenho medo de que algum dia você acredite nisso.
-Não vou acreditar em nada sem motivos.
-Então estamos descansados por que nunca vou te dar motivos.
-Ótimo. –O beijou.

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Hey girls. Primeiramente peço milhões de desculpas pela demora. Domingo eu saí para almoçar na casa de uns irmãos da Igreja, porém quando voltei estava chovendo e eu preferi continuar a ler o livro "A Fera" já que estava sem ideias. O meu computador foi para o conserto como eu disse no outro blog, porém só funcionou normalmente no primeiro dia e depois ficou pior do que estava. Enquanto eu digitava o capítulo a tela travou e começou a aparecer algumas linhas coloridas que logo viraram colunas e depois de muito futucar ele, meu pai conseguiu fazer voltar ao "normal", porém a normalidade só voltou hoje. Eu tentei escrever pelo note, mas minha irmã faz faculdade e está fazendo trabalhos e por isso não consegui digitar por lá também. Enfim, espero que me desculpem e que curtam o capítulo. Não teve muito chamego de Chanessa. Eu sei que vocês querem Zanessa, mas eu preciso preparar o terreno da Vanessa antes de Chanessa acabar. Enfim, sem mais delongas, agradeço a quem gostou do capítulo e a quem comentou. Espero que gostem desse também. Vou esclarecer algumas perguntas feitas nos comentários, mas sem citar ninguém, afinal, cada um sabe o que comentou (=
Bom, o Chace acha que realmente pode esconder a doença e vai conseguir por um bom tempo, mas toda a mentira sempre é descoberta. Vai ser um capítulo bem tenso, mas depois as coisas vão tomar o seu rumo. Eu não suporto amor próprio muito elevado mesmo. Eu só digo o que penso, mas algumas pessoas se aproveitam dos meus elogios e ficam nas nuvens, ai ai u.u Sim, o Chace fez algo para separar Zanessa e isso também vai ser descoberto, mas no futuro. Eu já disse isso antes, mas torno a dizer: Zanessa vai demorar um pouco para acontecer, mas vai valer a pena. Enfim, já fiz um texto mesmo sem querer. Comentem e aproveitem o capítulo.
Xx

quinta-feira, 6 de março de 2014

Capítulo 29 - Dedicado a Margarida Oliveira

Quente. Estava quente, muito quente. O barulho do ar-condicionado indicava que o mesmo estava no modo turbo, mas mesmo assim Vanessa se sentia quente. Tentou se mexer e logo sentiu os braços fortes do marido envoltos na sua cintura indicando posse. O sono ganhou forças e ela tentou dormir novamente, mas assim que relaxou sentiu suas costas fervendo. Ainda sonolenta mudou de posição e quando encostou o rosto no peitoral nu do companheiro, logo despertou. Chace estava ardendo em febre. Esticou-se até a cabeceira e ligou o abajur. Ele resmungou ainda de olhos fechados quando ela puxou a coberta. Ele estava com manchas vermelhas espalhadas por todo o corpo e ela sabia que não tinha sido a causadora.

-Amor, acorda. –Pediu o sacudindo de leve.
-Estou cansado, Vanessa.
-Chace, você está com febre.
-Impressão sua.
-Ah, claro. E essas manchas são ilusão de ótica. –Debochou. –Qual o nome dos remédios para a alergia que o médico receitou?
-Deixa isso pra depois, amor.
-Não, não deixo. Cadê o seu celular? Vou ligar para esse médico. –Avisou se levantando. Ele logo deu um salto a impedindo.
-Não vai ligar pra ninguém. Me trás um papel e caneta que eu anoto.
-Ok. –Disse estranhando a atitude dele. Foi à sala atrás de papel e canela e logo voltou para o quarto. Ele anotou os nomes dos medicamentos e entregou a folha para ela.
-Esse de cima é para a febre e o outro é para as manchas. –Disse voltando a se deitar.
-Ok, mas pode se levantar e tomar um banho. Nada de dormir enquanto eu estiver fora. Pode ser perigoso.
-Vanessa...
-Nada de “Vanessa”. Anda, levanta e toma um banho bem gelado.
-Mas... –Escutaram batidas na porta. –Vai vê quem é, mas vai vestida. –Disse insinuando e ela se olhou. Estava apenas de peças íntimas.
-Idiota. –Revirou os olhos enquanto se enrolava no robe. Deixou a porta do quarto entreaberta e se encaminhou até a porta da sala. –Hm, bom dia. –Disse assim que viu dona Susana com uma xícara vazia na mão.
-Bom dia querida. Pode me emprestar uma xícara de açúcar? –Pediu sorridente.
-Dona Susana eu... –Avistou Julie saindo do elevador. –Bom dia, Julie. –Sorriu para a empregada.
-Bom dia, dona Vanessa. –Disse parando na porta do apartamento. –Vim no horário certo?
-Claro, pode entrar. Dona Susana eu estou de saída na verdade, mas quero convidá-la para ir ao mercado comigo para comprar alguns alimentos. A senhora me espera aqui ou no seu apartamento?
-Pode ser aqui mesmo.
-Ótimo. –Deu passagem pra ela. –Sinta-se a vontade. Eu só vou tomar um banho rápido. Julie será que tem como você fazer o menor barulho possível? O Chace está dormindo e vai por mim, você não vai querer que ele acorde.
-Eu vou tentar, dona Vanessa. –A empregada afirmou sorridente.
-Eu já volto. –Disse voltando ao quarto e trancando a porta. –Pare de rir. –Ordenou olhando para o marido.
-Você é muito besta. –Disse recuperando o fôlego. –Deveria ter expulsado ela e não convidado para fazer compras.
-Eu tenho que sair para comprar seus medicamentos e assim ela não vai ter como dizer que não tem açúcar. Vou fazer ela comprar cinco quilos.
-Aham, sei.
-Pare de rir e venha tomar banho. Não vou deixar você dormindo.
-Mas amor...
-Vem, neném. Eu tenho que sair. –Disse tirando o robe.
-Eu posso tomar banho com você? –Fez biquinho.
-Pode, vem. –Ele logo saiu do meio das cobertas.

[...]

-Voltei. –Vanessa avisou abrindo a porta com várias sacolas nas mãos. –Vem me ajudar, Julie. –Pediu para a empregada que logo lhe foi ao encontro. –Você se sente bem? Estás pálida.
-Eu estou bem, dona Vanessa, mas é que... –Tentou argumentar nervosa.
-O que houve? Ah, já sei: Meu marido acordou de mau humor e você ficou assustada. Ele é assim mesmo, não deves te preocupar.
-Não é isso, é que... –Engoliu em seco.
-Você está me deixando preocupada. O Chace te tratou tão mal assim? –Perguntou indo em direção ao quarto, mas o encontrou vazio e o mesmo se repetiu com o banheiro. –Onde está o meu marido? –Questionou voltando a sala.
-Eu não sei, dona Vanessa. Eu estava limpando a cozinha quando ele apareceu perguntando pela senhora. Eu disse que tinhas saído e que eu não sabia quando voltaria. Ele voltou para o quarto e logo saiu com outra muda de roupa. Acho que foi a sua procura.
-Mas eu falei pra ele que iria sair e... Ah não, não, não, não e não. –Resmungou voltando ao quarto.
-O que foi, senhora?
-Como ele estava? Digo, aparentava perturbação ou que estava fora de si?
-Mais ou menos.
-Ah não, droga. –Voltou à sala com o celular. –Eu sabia que não o devia ter deixado só. Ele estava com febre e algo me dizia que ia acontecer de novo.
-O que aconteceu, senhora? Eu fiz algo que não devia?
-Não, você não tem nada a ver com isso. A culpa é minha. Ele não atende. –Disse encerrando a chamada.
-O celular dele é aquele? –Apontou para o aparelho que estava carregando perto do sofá.
-Sim, é. –Resmungou algo que Julie não entendeu e fez outra ligação. –Zac? Eu preciso que você venha ao meu apartamento o mais rápido possível. –Encerrou a chamada antes que ele pudesse negar e correu até o telefone que ficava na cozinha que era usado somente para conversar com o porteiro. –Alô? Senhor Juan? O senhor viu o meu marido passando por aí? {...} Não? {...} Podes transferir a ligação para o segurança? É realmente importante. {...} Obrigado. {...} O senhor está no serviço desde o inicio do dia, certo? {...} Ótimo. O senhor deve ter visto o meu marido passando por aí. É um homem alto e ele estava... –Julie lhe sussurrou como Chace estava vestido. –estava de moletom de capuz. {...} Sim, sim. Esse mesmo. Para que lado ele foi? {...} Ok, obrigado. Se o vires novamente, pode me informar?  {...} Obrigado, senhor. –Recolocou o telefone no gancho. –Julie, eu vou preparar as coisas para quando ele voltar. Quando o Zac chegar me avise. –Ordenou se trancando no quarto. “Droga. Mil vezes droga. Você não devia ter saído pra fazer compras, Vanessa. Devia ter expulsado a dona Susana como o Chace falou. Isso é castigo. Passas-te tanto tempo longe do marido e fica querendo agradar os vizinhos. Mas agora não adianta lamentar e sim tentar corrigir o erro. Tens que encontrá-lo e cuidar dele” pensava Vanessa preparando um banho bem quente. Depois de ligar as torneiras, voltou ao quarto e trocou o vestido por jeans e blusa de manga comprida. Voltou ao banheiro e desligou as torneiras.
-Senhora? –Julie chamou batendo na porta do quarto.
-Sim, Julie.
-O senhor Efron está aqui.
-Já estou indo. –Avisou. Colocou os sais de banho na água e foi para a sala.
-O que aconteceu? –Zac perguntou assim que a viu.
-O Chace sumiu. Ele acordou com febre e eu fui comprar os medicamentos e aproveitei pra comprar algumas guloseimas que ele gosta e quando voltei ele tinha sumido. Eu preciso encontrá-lo Zac. –Disse chorosa.
-Liga pra ele.
-Ele deixou o celular aqui.
-Ele conhece a cidade, Vanessa, não precisa se preocupar.
-Ele estava ardendo em febre e de acordo com a Julie, ele não estava no seu juízo perfeito.
-Ah, os delírios. –Lembrou-se do jantar.
-Eu preciso encontrar o meu marido, Zac.
-Nós vamos encontrá-lo. O porteiro ou o segurança não viram para onde ele foi?
-Para o sudoeste.
-Certo, então vamos. –Saíram do apartamento e assim que chegaram no térreo, o porteiro se aproximou.
-Senhora Crawford, um dos nossos moradores disse que um homem com as características do seu marido perguntou sobre uma praça. –Ele informou.
-Que praça?
-Ele só perguntou por uma praça próxima daqui.
-Então ele deve estar na praça que fica a cinco quarteirões daqui. –Vanessa disse sorrindo.
-Vamos fazer assim: Você vai andando já que não é tão longe e eu vou de carro pra procurar pelas ruas. Quem achar primeiro liga pro outro.
-Ok. –Se separaram. Zac procurou Chace pelas ruas e avenidas que ficavam próximas do prédio e Vanessa entrava nos restaurantes e bares perguntando sobre Chace.

[...]

-Já está escurecendo e nada, Zac. –Vanessa desabafava ao telefone.
-Não vai escurecer tão cedo, Vanessa. Se acalma, ele vai aparecer.
-Devíamos ir a polícia.
-Eles só vão procurar depois de 48 horas. Vamos continuar com as buscas. Já ligou pro prédio?
-Já e nenhum sinal dele.
-Nós vamos encontrá-lo. Eu acho que... Não pode ser.
-O que foi?
-Eu acho que sei onde ele pode estar. Eu já te ligo. –Desligou o celular e acelerou com o carro. Chace não procuraria uma praça qualquer, muito menos fora de seu juízo perfeito. Mas será que ele chegaria tão longe a pé? Assim que ele virou a rua, avistou um corpo alto e magro. –Chace. –Estacionou o carro na vaga mais próxima e foi-lhe ao encontro. –Chace! –Dessa vez gritou chamando-lhe a atenção.
-O que você quer? –Se levantou e Zac viu que ele não estava nada bem.
-Te levar pra casa. A Vanessa...
-Minha esposa.
-Sua esposa está preocupada.
-Achei que tivesse sido bem claro quando ordenei para que você se afastasse.
-Chace, não começa com isso. Você não está em condições de...
-De que? Estou em boas condições, ótimas na verdade. Você não sabe a noite que eu tive. –Sorriu.
-E nem quero saber. Vamos? Eu tenho mais o que fazer do que ser babá.
-Eu não vou com você.
-Chace, por favor...
-Quem me garante que você vai me levar para o meu apartamento?
-Por que eu não o levaria?
-Por que você quer a minha esposa.
-Eu e a Vanessa somos apenas amigos agora, do jeito que você queria.
-Eu não citei amizade. Inimizade foi o que eu disse.
-Da próxima vez, quem sabe?
-Você é muito idiota, mesmo. Eu não quero você perto da minha esposa, eu já disse. A Vanessa é só minha, entendeu?
-Bom pra você, agora vamos.
-Não, Efron, eu ainda não terminei de falar.
-Pois diga então. –Disse depois de um suspiro.
-Você já falou pra ela o que aconteceu?
-Não, lógico que não e nem pretendo. Apesar da sua canalhice, ela gosta de você e eu não vou desenterrar assuntos do passado. Eu me importo com a felicidade dela.
-Até que você é esperto. Saiba que se você falar alguma coisa, ela vai ficar contra você.
-Duvido muito, mas continue.
-Eu sei o que estou dizendo, mas se quiser tirar a prova...
-Não, eu não quero. Continue.
-Pois bem. Não quero você perto da minha esposa.
-Lamento, mas nós trabalhamos juntos.
-Então não fique sozinho com ela.
-Olha, Chace, o que eu sinto pela Vanessa agora é carinho. Ela não me interessa mais como mulher, não precisa você se preocupar.
-Por que será que eu não acredito em você?
-Não sei. Por que a gente não volta e pergunta pra Vanessa? Ela deve saber a resposta.
-Eu não vou voltar com você. –Disse antes de lhe dar as costas.
-Chace, é serio. Nós precisamos voltar. –Disse o seguindo.
-Eu queria trazer a Vanessa aqui ontem, mas o jantar com vocês atrapalhou meus planos e claro, aquela maldita escola também. –Apontou.
-Eu trouxe ela aqui quando ela voltou e não aconteceu o que você está pensando. Ela sente falta daquele tempo, sem preocupações, só curtição, mas gosta da realidade.
-A primeira coisa que eu fiz quando ela aceitou viajar comigo foi vim aqui com um estilete e marcar essa árvore. –Aproximou-se de uma árvore e Zac lembrou-se de quando tinha marcado o seu nome e o de Vanessa nela. –Eu coloquei o meu nome por cima do seu e ficou bem melhor.
-Eu percebi.
-Eu não ia fazer isso, claro, mas a prefeitura negou o meu pedido para cortarem essa árvore e eu não tive escolha. Não podia deixar essas lembranças atrapalharem meus planos.
-Planos insanos você quer dizer.
-Bons planos.
-Você quer mesmo continuar com isso? Se você não tem mais o que fazer, eu tenho. Perdi um dia inteiro de trabalho procurando por você.
-Por que quis.
-Por que a Vanessa me pediu.
-Olha, Efron, o que você quer dando uma de bonzinho? Não pense que me engana com essa de amigo incondicional.
-Eu só quero a felicidade dela, ao contrário de você.
-O que você quer insinuar com isso?
-Não quero insinuar nada, os seus atos comprovam. Você afastou ela de mim sem se importar com o sofrimento dela.
-Era uma paixão boba de adolescente e como você mesmo disse, ela está feliz agora. Ela não precisa de você, nunca precisou.
-Você é muito cara de pau mesmo. Ela pode até estar feliz, mas a que preço? Quantas lágrimas ela não derramou pelo seu ato impensado?
-Pelo menos eu fui mais homem do que você e lutei por ela. O que foi que você fez mesmo? Ah, sim, nada. Me entregou ela numa bandeja de prata.
-Não foi bem assim. –Disse tentando se controlar. Sabia que Chace não estava bem de saúde, mas isso não deixava de ser uma afronta. Ele se arrependia de tê-la deixado partir tão facilmente, mas as circunstâncias favoreciam a Chace.
-Foi, você sabe que foi. Acho que você não a amava como dizia e que ela era apenas um capricho seu. Sabia que ela até que esqueceu você mais rápido do que imaginei?
-Bom pra você, mas eu não me importo.
-E a nossa primeira vez, nossa. Se algum dia ela gostou de você, ficou bem no passado. Eu tenho que te agradecer por tê-la deixando intacta pra mim. Agora, não sei se agradeço o favor ou a burrice. Como você conseguiu? Ela tem um corpinho tão pequeno e sexy...
-Chace, eu não quero saber. Considero isso uma falta de respeito com ela que não está presente.
-E ela tem umas curvas. –Continuou ignorando a repreensão de Zac. –Claro que ela era inexperiente no início, mas logo pegou o jeito.
-Chega. Eu não quero saber.
-Ah, não quer? Não seja mentiroso. Eu tenho certeza de que você já deve ter tido sonhos eróticos com a minha esposa. –Disse o empurrando de leve. –Confesse, eu sei que já.
-Chace, para. –Pediu se afastando.
-Você deve ter tentado algo a mais, mas ela como a santa que era, negou. –O empurrou de novo.
-Eu nunca a desrespeitei, pare com isso.
-Não minta. Eu sei que você já sonhou com isso, eu também já sonhei, mas claro que no meu caso virou realidade, já no seu... –Começou a gargalhar e Zac constatou que ele novamente delirava. –Confesse, Efron.
-Eu não tenho nada a confessar e mesmo se tivesse, você não é padre.
-Olha só, é comediante também? Que fofinho. –Lhe apertou as bochechas.
-Pare com isso. Eu não lhe dei liberdade para essas brincadeiras.
-Sério, Efron, de homem para homem: Você já quis ter a minha esposa na sua cama, não?
-Eu sei o que você está tentando fazer, mas não vai acontecer. E outra, eu já disse que acho isso uma falta de respeito com a Vanessa.
-Você quer, não é? O seu olhar ganha um brilho diferente quando você fala dela. Você a deseja, não é?
-Não, Chace, eu não...
-Não minta pra mim. Eu sou homem e sei muito bem o que você sente ao ficar ao lado dela. Eu consigo identificar o nervosismo e a animação que você sente. Você a quer, não é? –O empurrou mais forte.
-Não, eu não a...
-Não minta, eu já disse. –Gritou. –Escuta bem, Efron: Você pode desejá-la o quanto quiser, mas ela é somente minha.
-Não a trate como um objeto.
-Eu a trato como eu quiser. Ela é minha esposa e somente minha, entendeu? –O empurrou e Zac revirou com um soco. Estava farto das agressões físicas e psicológicas de Chace.
-Você é um imbecil. –Tentou agredir Zac, mas logo caiu em seus braços. A febre estava muito alta e ele sentia-se fraco.
-Eu não queria fazer isso, eu apenas... –Chace se mexeu em seus braços e ele o viu vomitar um líquido vermelho. –Você não está nada bem. Vamos logo para o apartamento. A Vanessa vai saber o que fazer com você.

[...]

-Vanessa, abre a porta. –Zac pediu batendo na porta com a mão livre. Ele e o porteiro tinham carregado Chace até o apartamento.
-Desculpa, eu tinha que terminar de arrumar algumas coisas para Chace. Entrem. –Pediu abrindo mais a porta e lhes dando passagem. –Deixem ele na sala mesmo. –Pediu e eles o deitaram no sofá. –O que houve com ele? –Perguntou notando o lábio magoado e a blusa manchada do marido.
-Quando eu o encontrei ele....
-Eu sei que ele vomitou, você já me disse isso. Eu quero saber o porque do lábio dele estar cortado.
-Tivemos uns desentendimentos e...
-Você socou ele? Você é maluco? Qual parte do “ele está doente e delirando” que você não entendeu? –Gritou avançando em Zac.
-Ele me provocou, Vanessa.
-Ele está delirando. Você não sabe o que é isso? Ele não está totalmente consciente dos seus atos.
-Eu não queria ter feito isso. Me defendi por reflexo.
-Reflexo? Não minta pra mim. Você é muito controlado para se defender por “reflexo”.
-Mas foi o que aconteceu. Se eu pudesse voltar atrás, eu...
-Mas você não pode. Você o provocou durante todo o almoço e o jantar e mesmo ele sendo explosivo, se controlou por mim. Você não poderia fazer o mesmo?
-Desculpa, ok? Eu já pedi desculpas pra ele também e...
-Não acho que suas desculpas vão mudar alguma coisa, então não.
-Vanessa, por favor...
-Senhor Juan, obrigado por sua ajuda. –Ela disse ignorando Zac.
-Tudo bem, senhora. Qualquer coisa me chame. –O porteiro disse antes de se retirar.
-Aproveita o embalo e vai embora também. –Ela disse se aproximando de Chace.
-Não, eu não vou te deixar sozinha. E se ele delirar novamente?
-Eu chamo o porteiro.
-Não, Vanessa. Eu sei que você está magoada e eu também estou me sentindo mal pelo que eu fiz. Eu vou ficar para te ajudar, você querendo ou não, afinal, você vai precisar de mim –Cruzou os braços e ela viu que ele estava falando sério.
-Amor? –Chamou o marido.
-Meu neném. –Ele disse acariciando o rosto dela, fazendo-a rir.
-Você está se sentido bem?
-Mais ou menos.
-Vamos tomar um banhozinho, hm? Eu preparei um banho bem gostoso pra você.
-Agora, amor?
-Agora sim. Está quase passando da hora de você tomar os medicamentos. Vem, vamos. –O puxou de leve.

[...]

-Ele já dormiu. –Ela avisou fechando a porta do quarto. –Você já pode ir.
-Eu não vou embora até ter a certeza de que ele está melhor.
-Eu posso lidar com o meu marido, não se preocupe.
-Bom pra você. –Disse se acomodando no sofá. –Podes me trazer uma coberta, por favor?
-Como? Eu não me lembro de ter te convidado para passar a noite aqui.
-Eu não preciso de convite. Se possível me traz aquele cobertor branco com bolinhas vermelhas.
-Tudo bem. –Disse depois de suspirar. Foi ao quarto e logo voltou. –Aqui. –Jogou o cobertor e um travesseiro nele.
-Obrigado.
-Qualquer coisa tem comida da geladeira.
-Qualquer coisa grite. –Disse e ela revirou os olhos voltando a se trancar no quarto.


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Hey, girls. Lembram de mim? Quero pedir desculpas pela demora do capítulo. Eu comecei a escrever o capítulo na espera de mais comentários e depois fiquei sem ideias, mas contei com a ajuda da brilhantíssima Margarida Oliveira que me ajudou com o capítulo e por isso o capítulo é dedicado a ela. Eu só fiz a primeira parte, o resto foi com ela. Obrigado croma, de verdade ♥ A Margarida me ajudou bastante e eu acabei perdendo parte do capítulo o que me desanimou, mas consegui terminá-lo hoje. Espero que gostem e se tiverem erros, me desculpem. Eu vou tentar postar hoje em Bring The Pain e por isso a pressa. Obrigado a quem comentou.
Xx